Niterói: aumento da violência leva Câmara a aprovar projeto do prefeito para implantar internação compulsória

Jefferson Lemos
A iniciativa partiu do governo pedetista do prefeito Rodrigo Neves, que sempre havia se posicionado contrário à medida

Em meio a uma escalada de violência cometida por usuários de drogas que cometem assaltos e furtos para sustentar o vício ou simplesmente agridem as pessoas nas ruas sem nenhum motivo porque apenas estão sob a influência de drogas, a Câmara de Niterói aprovou nesta semana a internação compulsória. O projeto recebeu 12 votos favoráveis, 2 contra e houve uma abstenção.

A iniciativa, quem diria, partiu do governo pedetista de esquerda do prefeito Rodrigo Neves, que sempre havia se posicionado contrário à medida, mas por conta do aumento da população de  rua na cidade quase perdeu as últimas eleições para seu maior rival, Carlos Jordy (PL).

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Sem resistência

O Projeto de Lei 47/2025 enviado pelo Executivo, que autoriza a internação compulsória de pessoas em situação de rua em Niterói teve apenas a bancada do PSOL contrária e foi aprovada sem praticamente resistência, depois da rejeição de 13 emendas que haviam sido propostas pelos vereadores do partido, Professor Túlio e Benny Briolly.

O partido chegou a fazer barulho, com a presença massiva, com cartazes, faixas e palavras de ordem, dos movimentos e profissionais organizados na campanha Diga NÃO à Internação Compulsória, mas de nada adiantou.

A favor da internação, o vereador Fabiano Gonçalves (Republicanos), que também é presidente da Federação das CDLs do RJ, deixou temporariamente o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico e Revitalização do Centro de Niterói só para votar a favor da matéria, uma de suas bandeiras de campanha. O Centro é hoje um dos bairros mais afetados pelo aumento desenfreado da população de rua em Niterói. Na região, lojas são arrombadas e furtadas diariamente, praças foram tomadas por usuários de drogas e pessoas são agredidas por cracudos em plena luz do dia. “Niterói dá um passo muito importante”, declarou, celebrando a aprovação.

Quem não teve motivos para comemorar foi o vereador professor Túlio (PSOL). “O Conselho Nacional de Direitos Humanos dispôs que a medida é uma anomalia, uma violência”, afirmou, dizendo que vai questionar a aprovação na Justiça.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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