Na noite desta quinta-feira (18), durante reunião do diretório municipal do PDT, o prefeito de Niterói, Axel Grael, revelou o que a cidade inteira já sabia. Ele abriu mão de concorrer à reeleição em favor do secretário executivo do município, Rodrigo Neves.
Rodrigo e Axel chegaram juntos ao encontro pedetista, mas o caminho até o anúncio público nem sempre foi trilhado junto. Rodrigo teve que convencer o colega a abrir mão de seu direito de concorrer ao pleito. Precisou mostrar que seria o melhor candidato, numa eleição que promete ser a mais polarizada que a cidade já viu.
Segundo lideranças de esquerda, além de pesquisas apontarem para uma grande rejeição do governo Axel, o atual prefeito não teria controle sobre seus subordinados no Executivo, caso desejasse enfrentar um embate contra Rodrigo Neves. O ex-prefeito entregou ao atual uma estrutura muito bem montada e lubrificada, com engrenagens que se acoplam com extremo grau de precisão. Qualquer peça fora do lugar, por mais milimétrico que fosse o desvio, poderia ocasionar uma implosão da máquina administrativa.
O evento para anúncio da desistência de Grael em favor de Rodrigo contou com a presença dos 16 vereadores que compõem a base do governo, além de representantes de partidos aliados, como PT, União, PV, PCdoB , PSB, Cidadania, PSDB, PP e MDB.
Neves já avisou que vai cumprir os quatro anos de seu mandato, caso seja eleito. Não tentará alçar voos mais altos em 2026 em direção ao Palácio Guanabara. Até porque, como tudo indica, o presidente Lula já tem o seu candidato: o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Como já disse o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, todo o resto não importa.
Rodrigo Neves já foi prefeito de Niterói por dois mandatos. Teve governos bem avaliados nas pesquisas, apesar de alguns escândalos. Ele elegeu Grael como sucessor, com a missão de dar continuidade ao seu legado por quatro anos. E como acabamos de presenciar, não foi desta vez que a criatura sobrepujou o criador.