O deputado estadual Márcio Gualberto (PL) criticou, nesta terça-feira (20/05), postagem feita pela vereadora do Rio Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, que elogiou a portaria do Ministério da Saúde alterando a classificação de gênero de 269 procedimentos, passando a adotar a terminologia “para ambos os sexos”.
Para o bolsonarista, a mudança serve apenas para reforçar a ideologia de gênero, já que os médicos, e demais profissionais da área de saúde, sempre atenderam “seres humanos”, independentemente de sua cor, classe social ou sexo.
A portaria permite agora que exames e cirurgias na vagina, por exemplo, sejam realizadas também em pessoas do sexo masculino. O mesmo vale para exames e cirurgias no pênis, que poderão ser feitos em pessoas do sexo feminino, embora pareçam não fazer o menor sentido.
“Assim como ninguém pode ser excluído do direito à saúde, ninguém pode, igualmente, tentar desqualificar a ciência por meio de um discurso puramente ideológico. A Vereadora @monica_benicio — juntamente com o Ministério da Saúde — está querendo demonstrar, sem nenhum fundamento empírico, que a grama não é verde”, postou Gualberto em seu Instagram.
A mudança atendeu a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao PT, após o partido de Lula questionar as políticas públicas do governo federal para os transgêneros.
“Homens trans podem precisar de consultas com ginecologista e com obstetra. Mulheres trans podem precisar realizar exames de próstata. Esses são só dois exemplos, mas existem muitas possibilidades”, argumentou a vereadora, que foi rebatida pelo deputado bolsonarista:
“Não podemos ficar reféns de construções sociais que falseiam a realidade, negam a verdade, tentam manipular dados científicos, instrumentalizar pessoas e que desejam, por fim, impor a todos uma limitada visão de mundo. Definitivamente, isso não é lutar por respeito e inclusão. O que os ideólogos esquerdistas pretendem é dominar o que pensamos e falamos”, ressaltou Márcio Gualberto.