O despertar da sociedade americana contra a cultura woke

Jefferson Lemos

A vitória esmagadora de Donald Trump na corrida à presidência dos Estados Unidos mostrou que a militância Woke fala cada vez mais para o próprio umbigo e deixou claro que não representa o cidadão americano, seja ele nato ou imigrante.

Isto porque apesar de pregar a inclusão, na verdade impõe sobre a sociedade a sua ideologia, demonizando toda e qualquer diversidade e forma de pensar que não esteja de acordo com a sua cartilha.

A liberdade individual, a liberdade de expressão e a liberdade econômica formam o tripé de sustentação da sociedade americana e foram responsáveis por alçar os Estados Unidos ao patamar de maior potência mundial. Não à toa, o país é conhecido como a terra da liberdade e da oportunidade.

Não foi desta vez que a agenda Woke conseguiu derrubar a base de sustentação da sociedade americana. O povo acordou a tempo e percebeu que a liberdade é o antídoto contra o fascismo, o nazismo e toda e qualquer forma de ditadura, até aquela travestida de democracia.

Em seu artigo no site O Antagonista, a jornalista Madeleine Lacsko mostra o grande despertar da sociedade americana contra a cultura woke. Vale, e muito, a leitura. Confira a seguir:

O retorno triunfal de Trump e a humilhação da militância woke

O que vimos nos Estados Unidos não foi só uma vitória de Donald Trump. Foi o maior tombo do woke

Por  Madeleine Lacsko

Há algo de fascinante, quase tragicômico, na forma como as elites progressistas dos últimos anos se posicionam como sinônimos de democracia, virtude e justiça social. “Nós somos a democracia”, proclamam. Mas qualquer força política que se autointitule dona desse conceito está, na verdade, cavando sua própria cova. Democracia não aceita monopólios, nem mesmo o da virtude.

Os chamados woke, que dominam o debate público nas elites progressistas, não são apenas autoritários, são insuportáveis. A tentativa de encapsular as minorias numa “senzala ideológica” onde todos devem marchar no mesmo ritmo e repetir o mesmo discurso não só é um fracasso estratégico como uma traição à própria ideia de diversidade.

Negros, latinos, mulheres, gays e trans precisam pensar igual. Quem define como pensar? A panelinha de sempre. O clube do “todEs”, liderado por militantes que se comportam como meninas más de colégio rico, armadas com seus gritos de “racista!”, “fascista!”, “homofóbico!”. Quem ousa desviar minimamente do script é cancelado sem piedade.

E foi precisamente essa postura que levou o woke ao chão – humilhado, debochado e ignorado – nas eleições mais recentes dos Estados Unidos. Donald Trump não só sobreviveu ao apocalipse moral que previram, como expandiu seu eleitorado em minorias que, ironicamente, os progressistas juravam representar. O aumento do voto latino para Trump é um tapa na cara de quem achava que podia determinar o que cada grupo deveria pensar.

E as elites não entenderam nada. “Como pode alguém votar no Trump?” Essa pergunta, repetida em tom de indignação por muitos, revela mais sobre a incapacidade cognitiva de quem a formula do que sobre as escolhas do eleitorado.

Eis o ponto: você pode não gostar de Trump, mas precisa ser intelectualmente honesto para entender por que alguém vota nele. Se você não consegue, é porque está tão preso à sua bolha de virtude que prefere acreditar que o mundo é burro ou manipulado. É mais fácil culpar fake news ou a “maldade inerente” das pessoas do que encarar o fato de que, talvez, o problema seja você.

A obsessão identitária que contaminou o progressismo fez com que minorias fossem vistas não como indivíduos com vozes próprias, mas como blocos homogêneos que devem seguir o dogma imposto pelos iluminados do woke. É um projeto autoritário disfarçado de empatia. E o mais irônico? Quem mais odeia os woke são as próprias minorias que eles dizem defender.

O partido democrata deu espaço demais para essa maluquice e agora paga o preço. A Kamala Harris até que tentou, manteve distância do todEs na campanha. Mas a torcida, ah, a torcida é um desastre. Os woke funcionam como aquele fã-clube tóxico que arruína a imagem de qualquer famoso. Eles acham que estão salvando o mundo, mas estão apenas arrancando a soco espontaneidade das pessoas em nome de uma suposta virtude coletivas.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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