Deputado vai até Barra do Piraí para derrubar projeto da marcha do Zé Pilintra

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O deputado estadual Douglas Gomes (PL) protagonizou mais uma polêmica nesta semana ao se deslocar até o interior do Rio de Janeiro (Divulgação)

O deputado estadual Douglas Gomes (PL) protagonizou mais uma polêmica nesta semana ao se deslocar até o município de Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro, para se posicionar contra o Projeto de Lei apresentado pelo vereador Pedrinho ADL, que propõe a institucionalização da “Marcha do Zé Pilintra” na cidade.

A proposta, que buscava reconhecer oficialmente uma manifestação cultural e religiosa ligada às tradições afro-brasileiras, desagradou o parlamentar, conhecido por sua postura conservadora e por episódios anteriores de intolerância religiosa e transfobia. Nas redes sociais, o deputado publicou vídeos e falas que inflamaram o debate e geraram críticas de lideranças religiosas, ativistas e membros da sociedade civil organizada.

Na mesma linha de atuação, na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) realizada ontem (26), Douglas Gomes foi o único parlamentar a votar contra o projeto que reconhece a tradicional Feijoada de Ogum como patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro.

Histórico de polêmicas

Não é a primeira vez que Douglas Gomes se envolve em ações contra expressões ligadas a religiões de matriz africana. Em 2023, quando ainda atuava como vereador na cidade de Niterói, o parlamentar se manifestou contra um Projeto de Lei de autoria de Benny Briolly — primeira vereadora trans de Niterói — que propunha o reconhecimento da entidade Maria Mulambo como protetora simbólica do município. À época, o discurso do então vereador foi classificado por diversos setores da sociedade como preconceituoso e desrespeitoso com as tradições da Umbanda e do Candomblé.

Além disso, o deputado já foi condenado judicialmente por transfobia, o que reforça sua trajetória marcada por manifestações de intolerância.

Reação da população e de lideranças locais

A atuação de Douglas Gomes foi duramente criticada por moradores e lideranças locais, que consideram a Marcha do Zé Pilintra uma expressão legítima da cultura popular e da liberdade religiosa. Ativistas afirmam que a atuação do deputado ultrapassa os limites e configura uma tentativa de censura cultural.

Enquanto isso, o debate ecoa também entre grupos religiosos: espíritas, umbandistas e defensores da diversidade cultural manifestam apoio à proposta, enquanto evangélicos e católicos mais conservadores se posicionam contrários, alegando conflito com seus princípios de fé.

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