Indecisos dominam cenário eleitoral no Rio e desafiam favoritismo de Eduardo Paes

Jefferson Lemos
Eduardo Paes: rejeição elevada pode comprometer a capacidade de converter liderança em vitória (Reprodução)

A corrida pelo governo do Rio de Janeiro em 2026 ganhou novos contornos com a divulgação da pesquisa do instituto Prefab Future nesta segunda-feira (18). Embora o prefeito Eduardo Paes (PSD) lidere com 37,2% das intenções de voto, o dado mais revelador é o elevado número de indecisos, que chega a 30% entre os entrevistados.

Para João Nonato, diretor de análise de dados da Prefab Future, esse contingente representa um “espaço aberto para movimentações políticas até 2026”, indicando que o jogo está longe de estar decidido.

Rejeição e histórico pesam contra Paes

Apesar da vantagem numérica, Paes enfrenta obstáculos significativos. Ele é o segundo candidato mais rejeitado, com 19% de rejeição, ficando atrás apenas do ex-governador cassado Wilson Witzel, que amarga 49%.

A rejeição elevada pode comprometer sua capacidade de converter liderança em vitória, especialmente em um cenário de alta volatilidade eleitoral.

Além disso, o histórico joga contra o prefeito. Nas eleições de 2018, Paes também largou na frente nas pesquisas para governador, mas acabou derrotado por Wilson Witzel, então um outsider político. A lembrança desse revés ainda paira sobre sua candidatura.

O peso de Lula: apoio que não garante votos

Outro fator que complica a trajetória de Paes é sua associação com o presidente Lula. Embora o apoio presidencial possa parecer um trunfo, João Nonato alerta que “Lula não se mostra um bom cabo eleitoral no estado”, onde sua desaprovação chega a 60%.

Isso levanta dúvidas sobre a eficácia do apoio petista em um eleitorado que tem demonstrado resistência ao governo federal.

Outro dado relevante da pesquisa é o desempenho expressivo de nomes ligados à direita, que reforça a polarização no estado e impõe desafios ao favoritismo de Eduardo Paes.

Cenário aberto e imprevisível

Com mais de um ano para as eleições, o cenário fluminense permanece indefinido. A liderança de Paes é real, mas frágil. A rejeição, o histórico de derrotas e o apoio de um presidente impopular tornam sua candidatura vulnerável. Como resume João Nonato, “ainda há muito espaço para rearranjos e surpresas até 2026”.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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