Câmara decide se mantém veto de Paes à lei que salva vidas nos parquinhos

Jefferson Lemos
A medida é considerada vital para a segurança de crianças, especialmente aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) (Divulgação/PMRJ)

Em uma votação marcada para esta terça-feira (30), o plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro analisa, em regime de urgência, a derrubada do veto do prefeito Eduardo Paes (PSD) à Lei 68/2025 — proposta que determina o cercamento das áreas públicas destinadas à recreação infantil em praças, parques e jardins. A medida é considerada vital para a segurança de crianças, especialmente aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O parecer da Comissão de Justiça e Redação, relatado por Inaldo Silva, é pela derrubada do veto.

Segurança como prioridade

A lei nasceu de uma mobilização de mães de crianças autistas. Elas relataram episódios recorrentes de “eloping” — comportamento caracterizado por fugas repentinas e imprevisíveis, comum entre pessoas com TEA. Sem cercas, esses espaços de lazer se tornam potenciais cenários de risco.

“O projeto não fecha praças, apenas protege os espaços infantis. É uma resposta direta ao desespero de mães que não conseguem conter seus filhos quando eles correm sem aviso. É um dispositivo de segurança, não um luxo”, afirmou o autor da proposta, vereador Paulo Messina (PL).

Autismo e prevenção: uma urgência ignorada

O texto da lei exige que os cercamentos sigam normas técnicas já previstas e sejam eficazes para impedir que crianças escapem ao controle dos responsáveis. Para o vereador Leniel Borel (PP), a proposta é mais do que uma medida urbanística — é um compromisso com a infância: “Cercar os parquinhos é garantir que o lazer venha com segurança. Brincar não pode ser uma experiência de risco para nenhuma criança.”

Alívio para famílias

O impacto da medida é direto na rotina de famílias com crianças autistas. “Será um alívio muito grande ver que seus filhos estarão em espaços cercados, sem risco de se perderem”, reforçou o vereador Poubel (PL).

A proposta conta ainda com o apoio dos vereadores Dr. Rogério Amorim (PL), Diego Faro (PL), Talita Galhardo (PSDB) e Salvino Oliveira (PL), que assinam como coautores.

A decisão desta terça pode marcar um avanço histórico na proteção de crianças autistas no espaço público. Para muitas famílias, é mais do que uma lei: é a diferença entre o medo e a tranquilidade.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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