Em meio à votação do projeto que autoriza a venda de imóveis públicos pelo governo do Rio de Janeiro, o deputado estadual Alexandre Knoploch (PL) causou alvoroço ao propor a inclusão do terreno do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na lista de bens que podem ser alienados. A medida, segundo ele, abriria caminho para que o Botafogo Futebol e Regatas possa adquirir a área e consolidar sua presença no local.
Durante sessão plenária na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta quarta-feira (12), Knoploch justificou a emenda afirmando que “toda aquela área é da Central Logística, pertencente ao estado. Estamos propondo que o terreno do Engenhão também entre na lista de venda. Assim, o Botafogo, se quiser, poderá comprá-lo”.
A proposta faz parte do Projeto de Lei Complementar 40/25, que já prevê a alienação de diversos imóveis estaduais, incluindo o Complexo do Maracanã, as rodoviárias Novo Rio, de Niterói e de Nova Iguaçu, além de 28 propriedades da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Aldeia Maracanã. Segundo estimativas do parlamentar, a venda desses ativos poderia gerar até R$ 5,5 bilhões para os cofres públicos.
A iniciativa, no entanto, levanta debates sobre o futuro dos equipamentos esportivos e culturais do estado. O Maracanã, por exemplo, já é alvo de disputas entre Flamengo e Fluminense pela concessão do estádio, enquanto o Engenhão é administrado pelo Botafogo desde 2007, mas permanece em terreno público.
A votação do projeto segue em curso e ainda pode receber novas emendas que incluam ou excluam propriedades da lista. A proposta de Knoploch reacende discussões sobre o papel do Estado na gestão de patrimônios estratégicos e o impacto da privatização de espaços de interesse público.
