Bolsonaro: o Mito é real

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Mesmo sem mandato e inelegível, ex-presidente consegue levantar multidões

Mais de um ano após deixar o Palácio do Planalto, o ex-presidente Jair Bolsonaro mostra que sua popularidade continua em alta. Neste fim de semana, ele arrastou multidões por onde passou, durante sua turnê em apoio a candidatos a prefeito de várias cidades do Rio de Janeiro.

O ex-presidente foi recebido aos gritos de “Mito” e pelo coro de “volta Bolsonaro”, contrariando os que acreditavam que o bolsonarismo não se mantivesse de pé após a derrota nas últimas eleições presidenciais.

Na sexta-feira (15), Bolsonaro discursou para um mar de gente em Maricá, reduto petista mantido pelo orçamento bilionário dos royalties do petróleo, que não impediram que ele obtivesse mais votos do que Lula na cidade, nas últimas eleições presidenciais.

De lá, o tsunami bolsonarista seguiu para a Região dos Lagos, inundando Saquarema, Araruama, Iguaba, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Búzios, com uma onda verde e amarela de seguidores.

No sábado (16), não foi diferente. O ex-presidente fez lotar a quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel, mesmo sem ensaio da escola de samba, sem ônibus fretado e sem distribuição de pão com mortadela. Um feito também sem explicação.

Até hoje cientistas políticos tentam explicar o fenômeno Bolsonaro de arrastar multidões, mas as teses geralmente não passam de clichês que vão do “fascista” ao “tiozão”, embasadas mais por conteúdos ideológicos do que acadêmicos.

Politicamente incorreto e boca suja (sim, ele não perdeu o hábito de falar palavrões) o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro tinha tudo para se manter como eterno deputado federal do baixo clero, mas chegou à presidência e agora ainda mostra que “messias” não é mero sobrenome.

Não à toa, conseguiu reunir na Avenida Paulista, no último dia 25 de fevereiro, centenas de milhares de simpatizantes em um outro feito aparentemente sem explicação.

Não importa se eram 100 mil ou 750 mil, como contabilizaram seus opositores ou os organizadores do evento. As imagens dos mais de seis quarteirões abarrotados de gente vestindo verde e amarelo falam por si só e são impactantes. Não há como negar, seja o observador de direita ou esquerda.

E o mais impressionante: em todos os eventos, as pessoas foram convocadas apenas pelas redes sociais e pelo boca a boca, o que mostra o poder de mobilização de Bolsonaro, mesmo sem cargo público e inelegível.

Não à toa é chamado de “Mito”.

Há quem diga que Bolsonaro ainda arraste multidões devido à ajuda do atual governo Lula, com o aumento do déficit fiscal, a disparada no preço dos alimentos e as declarações polêmicas do petista sobre o conflito em Gaza. Mas isto é história para outra análise.

  • Esta é uma análise isenta de ideologias. Gostando ou não de Bolsonaro, é inegável que o ex-presidente arrasta multidões por onde passa. Infelizmente, vários veículos ignoram o fato, como se assim ele deixasse de existir. Não é o nosso caso. Buscamos sempre trazer informação imparcial para os leitores.

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