Cabo Frio: vereador cobra da prefeitura transparência com dinheiro da saúde

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O vereador Josias da Swell (PL), líder da oposição na Câmara de Cabo Frio, protocolou na semana passada requerimento solicitando informações ao Executivo sobre altos salários que, segundo ele, estariam sendo pagos a alguns médicos e funcionários da Saúde, enquanto a população enfrentaria problemas no atendimento médico. Vetada pela bancada da prefeita Magdala Furtado, que detém maioria na Casa, a iniciativa não foi levada adiante.

O vereador cobra da prefeitura transparência com o dinheiro da saúde e diz que a restrição ao acesso à informação é apenas um dos sintomas de que a saúde em Cabo Frio não anda bem. Segundo ele, pacientes reclamam de alguns médicos que não aparecem para trabalhar e da falta de insumos. Além disso, em algumas unidades básicas não existiria ar condicionado, nem ventilador. Ele acrescenta que pacientes, em várias delas, precisam esperar de pé pelas consultas, pois também não há bancos.

“Além disso, a fila para cirurgias ortopédicas não para de crescer desde que foi suspenso o convênio entre a prefeitura e o Hospital Santa Izabel, unidade particular que realizava os procedimentos”, diz o vereador, acrescentando que já se passaram muitos meses e nada foi feito.

Segundo Josias da Swell na ocasião a prefeitura cancelou o convênio alegando irregularidades, mas não providenciou outro hospital para as cirurgias, deixando a população sem atendimento e obrigada a recorrer a unidades especializadas de outros municípios.

Na semana passada, uma mulher que disse estar com a irmã internada na enfermaria do Hospital Municipal São José Operário, postou um vídeo reclamando da situação. Segundo ela, havia três mulheres que precisariam de cirurgia aguardando transferência. Uma caiu da moto na descida da Ponte Feliciano Sodré, que liga as duas margens do Canal do Itajuru, devido a um desnível entre o asfalto e um bueiro. Ela teria sofrido fraturas no joelho e cotovelo. Outra, uma idosa de 86 anos que fraturou o fêmur, já estaria aguardando há mais de um mês pela cirurgia. Uma terceira mulher, de 40 anos, com fratura em um dos pés, estaria esperando há duas semanas pela transferência.

Josias da Swell diz lamentar a situação e conta que há muitos pacientes aguardando também em casa por uma cirurgia ortopédica. Em muitos casos, segundo ele, “os ossos já estão calcificados e terão que ser quebrados de novo durante o procedimento médico”.

O que diz a prefeitura

Questionada sobre a falta de médicos e insumos, a Prefeitura de Cabo Frio, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que os casos em que foi registrada a ausência do médico foram pontuais e rapidamente solucionados, com os atendimentos voltando a normalidade. Além dos médicos, todas as unidades estão recebendo insumos regularmente.

A prefeitura disse ainda que não procede a informação sobre a falta de médicos nas unidades municipais. Acrescentou que todos os postos de saúde contam com o profissional de medicina na equipe, atuando e atendendo a população.

Reforça também que nenhuma reclamação de unidades sem bancos para a fila de espera, foi registrada. Todas as unidades de saúde do município possuem longarinas, cadeiras e bancos, para acomodar o público, durante a espera pelo atendimento. Com relação à falta de climatização, a Secretaria de Saúde está trabalhando para solucionar essa questão.

A prefeitura esclarece que os procedimentos de alta complexidade, como as cirurgias ortopédicas, são realizadas em unidades hospitalares de referência, cuja gerência e regulação compete aos governos do Estado do Rio e o Federal. Esses tipos de procedimentos não são realizados na rede municipal ou particular do município. A referência principal de Cabo Frio é o Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC), em Araruama, mas os pacientes também são transferidos para outras unidades estaduais e federais, como: Hospital Trauma Ortopédico Melquides Calazans, INTO, Hospital Trauma Ortopédico Dona Lindu, dentre outros.

A Secretaria de Saúde reforça que toda a regulação dos pacientes para unidades fora de Cabo Frio é feita pelo Sistema de Regulação Estadual (Sisreg), não tendo o município qualquer gerência sobre as transferências, cabendo à equipe o lançamento do pedido de regulação no sistema e o acompanhamento do mesmo.

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