Enquanto o projeto Voa Brasil, do presidente Lula, com passagens aéreas a R$ 200 não sai do papel e decola, o aumento das viagens de ônibus crescem 62% em 2024. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em janeiro e fevereiro deste ano (meses de grande movimentação em razão das férias e do Carnaval), 7.524.711 pessoas viajaram de ônibus, ante 4.636.131 no mesmo período de 2023, um aumento de 62,3%.
Segundo as companhias aéreas, o setor não conseguiu se recuperar após a pandemia, o que agravou as dificuldades que as empresas aéreas já enfrentavam, relacionadas aos custos de operação atrelados ao dólar. Além disso, a modesta retomada das viagens não melhorou a situação financeira, visto que as passagens aéreas fecharam 2023 com 47,3% de alta nos preços. Em 2024, os preços chegaram a recuar 24,29% a troca do endividamento das companhias, que ainda estão longe de voar em um céu de brigadeiro. O prejuízo já ultrapassaria R$ 45 bilhões.
Mais por terra do que pelo ar. O brasileiro tem optado por viajar de ônibus, diante das passagens aéreas caras – e que aumentam ainda mais de preço em determinadas ocasiões. Para o show gratuito que a popstar Madonna fará em Copacabana, em 4 de maio, levantamentos mostram que voo de retorno do Aeroporto Santos Dumont (RJ) para Congonhas (São Paulo) no dia 5 de maio pode sair até 613% mais caro que a média de preços no fim de semana anterior.
Por outro lado, o cenário parece cada vez mais promissor na área de transporte interestadual pelas estradas. A Mobifácil, por exemplo, startup que se lançou recentemente no marketplace de venda de passagens, com mais de 4 mil opções de destinos e parceria com mais de 160 empresas tradicionais do mercado, comemora os reflexos do mega show de Madonna vêm sendo sentidos: a plataforma registra aumento de 40% nas buscas por passagens de ônibus com destino ao Rio de Janeiro.
- imagem Thomaz Silva/EBC
