Mesmo após ter as obras embargadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em maio do ano passado, um mês após seu início, o megaempreendimento imobiliário Maraey, que pretende instalar um grande resort na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, fez sucesso na Feira Internacional de Turismo em Madri, terra da empresa dona do negócio.
Durante o evento, foi anunciada, nesta quinta-feira (25), a assinatura de um acordo de intenção inédito com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), o BID Invest do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento e a International Finance Corporation (IFC) do Grupo Banco Mundial, para analisar o financiamento da primeira fase do empreendimento. Somente a primeira etapa do negócio tem custo estimado de R$ 3,5 bilhões.
O presidente do Maraey, Emilio Izquierdo, comemorou a parceria, acompanhado do ministro do Turismo, Celso Sabino, do presidente da Embratur, Marcelo Freixo e do vice-presidente do PT, Whashington Quaquá, que foi um dos grandes impulsionadores do megaempreendimento durante o período em que foi prefeito de Maricá. Para Izquierdo, o fim do imbróglio com a Justiça é mera questão de tempo.
Aqui no Brasil, no entanto, o empreendimento não tem sido visto com bons olhos pelo movimento ambientalista, devido ao impacto socioambiental e pelo risco à biodiversidade. O local onde será construído o resort é habitat de mais de 15 espécies ameaçadas de extinção, afirmam pesquisadores.
