Privacidade em pauta: Alerj discute regras para câmeras em imóveis alugados

Jefferson Lemos
O autor da proposta, deputado Guilherme Delaroli (PL), vice-presidente da Casa, alerta para a urgência de se estabelecer limites claros entre segurança e invasão de privacidade (Freepik)

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pode dar um passo decisivo na proteção da privacidade de locatários. Nesta quarta-feira (20), a Comissão de Constituição e Justiça analisa o Projeto de Lei 1278/2023, que propõe a regulamentação do uso de câmeras e dispositivos de gravação em imóveis destinados à locação — seja por temporada ou contrato convencional.

Segurança sim, invasão não

O autor da proposta, deputado Guilherme Delaroli (PL), vice-presidente da Casa, alerta para a urgência de se estabelecer limites claros entre segurança e invasão de privacidade.

“Não queremos mais manchetes sobre pessoas expostas em situações íntimas por gravações indevidas. É preciso garantir os direitos de quem aluga e de quem oferece o imóvel”, afirmou.

Transparência obrigatória

Pelo texto, o locador deverá informar previamente a existência, quantidade e localização dos equipamentos de vídeo e áudio. Além disso, será exigida sinalização visível — com cartazes e placas em texto, imagem e braile — em todos os ambientes monitorados, internos e externos.

Áreas íntimas fora dos limites

A proposta proíbe expressamente a instalação de câmeras em quartos, banheiros e lavabos, reforçando o respeito à intimidade dos ocupantes.

Gravações com prazo e responsabilidade

As imagens captadas deverão ser apagadas em até 72 horas, salvo em casos que possam servir como prova de crime. Nestes, o responsável pela gravação terá até 72 horas para comunicar o Ministério Público, sob pena de responder pelo mesmo ilícito.

Sanções previstas

O projeto prevê punições com base no Código de Defesa do Consumidor para quem descumprir as regras. A medida, segundo Delaroli, busca equilibrar segurança patrimonial com o direito à privacidade — um debate cada vez mais urgente na era da vigilância digital.

Se aprovado, o projeto poderá mudar a forma como locações são feitas no estado, impondo mais transparência e limites à tecnologia nos lares temporários.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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