Sem vacina suficiente para a população, Rio usa peixes barrigudinhos contra a dengue

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Enquanto a vacina da dengue não chega, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) está apostando em alternativas para conter a proliferação da doença. Uma delas é o uso do peixe barrigudinho, muito comum nos valões da cidade, e que se alimenta de larvas. 

Seria cômico, se não fosse trágico, depender da glutonice de um peixinho para não acabar internado em hospital, correndo  risco até de morrer, quando já existe vacina para a dengue. 

O problema é que devido à falta de planejamento do governo federal, que faz a compra dos imunizantes para distribuí-los aos municípios, mesmo quando as primeiras doses chegarem na cidade, elas não serão em número suficiente para toda a população. 

Os agentes de vigilância em saúde colocam os barrigudinhos em locais com grande quantidade e acúmulo de água para evitar que as larvas se desenvolvam e se transformem no mosquito transmissor das arboviroses.

Além de se alimentarem das larvas do mosquito, os peixes são escolhidos para essas ações por serem mais resistentes a variações de temperatura e à poluição orgânica da água, afinal, podem ser encontrados nos valões, como já dissemos.

O seu tamanho pequeno também pode favorecer a sua movimentação em locais estreitos devido à vegetação ou ao acúmulo de lixo. Ao serem colocados nos reservatórios, os peixes se reproduzem rapidamente e vão sendo acompanhados pelos agentes de vigilância em saúde.

Os peixes podem ser colocados em locais como chafarizes, piscinas, grandes obras abandonadas e locais alagados com dificuldade de drenagem, que são mais frequentes em período de muitas chuvas.

Enfim, o barrigudinho até faz a sua parte como pode, mas apesar da “barriga avantajada”, não consegue substituir a vacina em eficácia. 

Falta de vacinas

Nesta quinta (22), o estado do Rio deve começar a receber do Ministério da Saúde o primeiro lote de vacina da dengue. Elas serão distribuídas para a capital e cidades da Baixada Fluminense. Mas como a quantidade é insuficiente para toda a população, as primeiras doses deverão ser aplicadas apenas em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos de idade, faixas estárias mais hospitalizadas em função da doença. As datas da imunização ainda não foram definidas.

Devido ao avanço da dengue o governador Cláudio Castro decretou epidemia em todo o estado. Os últimos dados do Ministério da Saúde mostram que o estado do Rio já passou dos 50 mil casos prováveis da doença. Ao todo, quatro pessoas já morreram por causa da doença. Sendo duas na capital, uma na cidade de Mangaratiba, que fica na Costa Verde, e outra em Itatiaia, na região Sul-Fluminense.

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