Cerca de 80 estudantes impediram, com gritos, ameaças e arremesso de objetos, que o candidato Rodrigo Amorim, do União Brasil, fosse entrevistado por alunos do Diretório Central de Estudantes da PUC-RJ. A sabatina, marcada para as 14h30 desta segunda-feira (16/09), não pôde ser realizada, mesmo com o candidato esperando até aproximadamente 18h. Os militantes arremessaram ovos, restos de comida, papelão e até copos com líquidos. Amorim chegou a responder as provocações, mas procurou conter toda a equipe.
“Era óbvio que o objetivo deles ali era provocar ao extremo para que eu reagisse com violência e aí obterem uma imagem de truculência. Eles fazem sempre assim. Mas não conseguiram. Restaurei a ordem na PUC, vou restaurar a ordem no Rio”.
A sabatina chegou a se iniciar, mas as vaias impediram que o candidato respondesse à primeira pergunta, sobre Segurança. E dali em diante, não foi mais possível continuar.
Com bandeiras do PSOL e placas homenageando a vereadora Marielle Franco (assassinada em 2018), os estudantes se recusavam, aos gritos, a ouvir o candidato. E reagiram quando o candidato perguntou, ao microfone, quem ali era a favor do aborto.
“Incrivelmente todos eles eram. Que situação. Dentro de uma universidade católica vermos estudantes defendendo o aborto!”, disse Amorim.
A vice-reitoria comunitária da PUC acompanhou todo o episódio, inclusive os objetos arremessados. Duas mulheres da comitiva de Amorim foram ameaçadas e ofendidas por alunos. O candidato só deixou o local depois que os estudantes recuaram e fizeram silêncio. Nesta terça-feira, a sabatina será com a candidata Juliete Pantoja, da União Popular pelo Socialismo (UP).
“Provavelmente será bem diferente. O que deixa claro que a democracia deles é a que não admite outro pensamento que não o deles”, disse Amorim, que divulgou uma nota oficial no começo da noite em primeira pessoa.