El Salvador passou de país mais perigoso do Ocidente ao mais seguro no período de dez anos. Há uma década El Salvador tinha 107 homicídios para cada 100 mil habitantes. Hoje tem apenas 1,9. Os números, divulgados pela Polícia Nacional Civil, foram comemorados pelo presidente de direita Nayb Bukele. A queda vertiginosa da violência não foi resultado de mágica, mas de uma política de encarceramento e endurecimento da legislação que Bukele implantou no país.
Política, aliás, bem diferente da adotada hoje no Brasil, onde o governo Lula prioriza o desencarceramento e mudanças nas leis para torná-las mais brandas. Não à toa a taxa de homicídios no país é de 21 para cada 100 mil habitantes, o que coloca o Brasil como o 14º menos seguro do mundo.
Em El Salvador, no início de 2016 havia uma média de um homicídio por hora no país, que tem 6 milhões de pessoas, aproximadamente a mesma população da cidade do Rio. A violência fez, inclusive, parte da população salvadorenha emigrar para os Estados Unidos, fugindo das gangues, facções criminosas que ameaçavam dominar o país.
A virada de mesa
A virada em El Salvador começou depois que as gangues mataram 60 pessoas em um único dia. Como resposta aos criminosos o presidente declarou estado de emergência nacional contra as gangues e deu mais poder para as forças militares. Desde então, o país já prendeu mais de 80 mil integrantes das facções criminosas.
Por lá, presos que são identificados como membros de gangue (o que aqui no Rio seria o equivalente ao CV, TCP e outras facções criminosas) ficam confinados sem direito a sequer ver o sol nascer quadrado. Eles ficam literalmente sem ver a luz do sol, com algemas nos pés e nas mãos, e também não comem carne. Ao contrário do Brasil, onde podem manter relações sexuais durante as visitas, em El Salvador as visitas são proibidas.
Como resultado, progressistas e a mídia de esquerda criticam o presidente, acusando-o de violar os direitos humanos com sua política punitivista.
Mas a população de El Salvador, que sentiu na pele o poder do crime organizado, pensa bem diferente. Ela apoia, e muito, o governo Bukele, cuja taxa de aprovação é de 91%.
- Imagem/Casa Presidencial/Reprodução