O vereador Rogério Amorim (PL), um dos principais opositores do prefeito Eduardo Paes (PSD) na Câmara Municipal do Rio, colocou seu nome à disposição do partido para disputar a presidência da Casa.
A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Eduardo Tchao, em seu podcast no YouTube.
A eleição para a nova Mesa Diretora ocorrerá no final de 2026, e a nova Mesa será empossada no início de 2027, mas as cartas já estão sendo lançadas.
A candidatura de Amorim seria uma resposta à possibilidade de Márcio Ribeiro (PSD), líder do governo municipal, de ocupar o cargo após a saída de Carlo Caiado (PSD), que, segundo o Regimento Interno, não pode concorrer à reeleição.
Caiado, à frente da Câmara há três mandatos consecutivos, é reconhecido como um político conciliador, permitindo espaço para a oposição, ao contrário de Ribeiro.
“Diante de um cenário em que a Câmara seja gerida por um fantoche de Eduardo Paes, o PL não pode ficar quieto”, afirmou Amorim. Para ele, a eventual eleição de Ribeiro representaria o fim da independência do Legislativo, frequentemente acusado de ser subordinado ao Executivo municipal, e já apelidado de puxadinho.
Nos bastidores, há dúvidas sobre a possibilidade de Paes vencer a disputa para o governo do estado em 2026, o que tem gerado tensões dentro de sua própria base aliada na Câmara.
Parlamentares próximos ao prefeito demonstram insatisfação com o protagonismo de novos aliados, como Flávio Valle, Salvino Oliveira, Joyce Trindade e Diego Vaz — grupo apelidado de “creche do Dudu” ou “menudos”, que conta também com o vice-prefeito Eduardo Cavalliere.
Caso haja uma debandada na base governista com uma eventual derrota de Paes, a gestão municipal pode enfrentar dificuldades para governar.
Atualmente, o prefeito já acumula reveses no Legislativo, como a recente tentativa frustrada de criar a Força Municipal de Segurança, barrada pela oposição com apoio de parlamentares de seu próprio grupo político.
Diante desse cenário, surgem especulações sobre um possível racha na base de Paes, com diversos nomes cogitados para a disputa da presidência da Câmara, em um movimento que pode ocorrer sem o aval do prefeito, que apostaria no líder de seu governo para manter o controle da Casa.
Projeto da Força de Segurança de Paes é derrubado após mobilização da oposição
Paes enfraquece e Câmara vive momento de reorganização de forças
O contexto político da Câmara Municipal do Rio de Janeiro apresenta um cenário de disputas internas e reorganização de forças.
A Câmara tem passado por debates sobre temas como regulamentação de serviços digitais de hospedagem e pedidos de empréstimos da prefeitura.
Além disso, há movimentações políticas que indicam uma possível reorganização da base governista, o que pode abrir espaço para novas lideranças disputarem cargos estratégicos.
Nesse contexto, Amorim pode se posicionar como um nome viável caso haja um enfraquecimento da base governista ou uma fragmentação interna que favoreça a oposição.
Se nada acontecer e as previsões pessimistas para o prefeito se confirmarem, a sucessão de Carlo Caiado na presidência da Câmara pode se tornar um ponto-chave para definir os rumos do Legislativo carioca.