R$ 500 mil na caixa de papelão! Polícia desbarata esquema milionário que desviou salários de Gabigol e outros jogadores da Série A

Jefferson Lemos
A polícia apreendeu cerca de R$ 500 mil em espécie, escondidos em uma caixa de papelão em uma residência simples em Cuiabá (Divulgação)

Uma operação policial de grandes proporções deflagrada nesta terça-feira (24) desmantelou um sofisticado esquema de fraude que desviava salários de jogadores da Série A do Campeonato Brasileiro. Batizada de “Falso 9”, a ação mobilizou mais de cem agentes em cinco estados e revelou um golpe que já havia movimentado mais de R$ 1,2 milhão.

Entre as vítimas estão nomes de peso do futebol nacional, como Gabriel Barbosa, o Gabigol, atualmente no Cruzeiro, e o zagueiro argentino Walter Kannemann, do Grêmio. Só de Gabigol, os criminosos conseguiram desviar cerca de R$ 938 mil.

O golpe consistia na abertura de contas bancárias com documentos falsificados em nome dos atletas. Em seguida, os criminosos solicitavam a portabilidade dos salários para essas contas fraudulentas. Assim que os valores eram transferidos, o dinheiro era rapidamente pulverizado por meio de saques, compras e transferências para outras instituições, dificultando o rastreamento.

Ação mobilizou mais de cem agentes em cinco estados e revelou um golpe que já havia movimentado mais de R$ 1,2 milhão

Durante a operação, a polícia apreendeu cerca de R$ 500 mil em espécie, escondidos em uma caixa de papelão em uma residência simples em Cuiabá (MT). Também foram recolhidos celulares, maquininhas de cartão e documentos falsos. Ao todo, foram cumpridos 33 mandados judiciais, incluindo 11 de prisão.

O nome da operação faz alusão à posição tática do futebol que simboliza dissimulação e movimentação enganosa — uma metáfora precisa para o modo de atuação dos golpistas.

As investigações começaram em janeiro, após uma instituição financeira identificar movimentações suspeitas. A vulnerabilidade foi corrigida e os jogadores, ressarcidos. Ainda assim, o caso escancara os riscos da exposição de dados pessoais e a sofisticação crescente do crime cibernético no esporte de elite.

As autoridades seguem investigando possíveis ramificações do esquema em outros estados. Os envolvidos poderão responder por fraude eletrônica, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.
“A criminalidade digital não conhece fronteiras.

A resposta da polícia judiciária é fundamental para proteger a sociedade e evitar que as economias dos cidadãos sejam subtraídas por criminosos cibernéticos”, afirmou o delegado Thiago Pereira Lima, da Polícia Civil do Paraná.

 

Compartilhe Este Artigo
Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress