Nem projeto de feriado escapou do rolo compressor do prefeito Eduardo Paes (PSD). Na sessão desta quinta-feira (14), a liderança do governo conseguiu adiar, por 19 votos a 6, a votação da proposta que tornaria o Corpus Christi feriado municipal. O líder governista Márcio Ribeiro (PSD) pediu mais três sessões para “discutir melhor” o tema. A justificativa não convenceu a oposição.
Rogério Amorim (PL) foi à tribuna e não poupou: “É lamentável que essa Casa se ajoelhe diante do prefeito. Era um projeto simples, apenas para reconhecer Corpus Christi como feriado. Mas a máquina do governo entrou em campo porque o prefeito quer a prerrogativa de escolher qual feriado ele coloca no calendário. Muitos que hoje se esconderam ou votaram pelo adiamento, daqui a alguns meses vão entrar em paróquia para pedir voto se dizendo católicos. Isso é um escárnio”, afirmou.
Além de Amorim, votaram também contra o adiamento: Diego Faro, Poubel, Rafael Satiê, Rocal e Talita Galhardo.
Já Ribeiro tentou rebater, dizendo ser católico praticante e negando submissão: “Não é covardia nem politicagem. O adiamento é para discutirmos, porque o feriado já é concedido todos os anos. A decisão é técnica, não religiosa.”
A proposta deve voltar à pauta em data ainda indefinida — ou, como ironizou a oposição, “no dia que o prefeito deixar”.