A sessão desta quarta-feira (24) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) foi marcada por tensão e troca de farpas entre parlamentares durante a votação do projeto que restringe as chamadas “saidinhas” de presos. O embate mais acalorado ocorreu entre a deputada Renata Souza (PSOL) e o líder do governo, Rodrigo Amorim (União).
Renata votou contra a proposta, alegando que o governo estadual falha em investir em inteligência policial e classificando a política de segurança do governador Cláudio Castro como “falida”. A crítica provocou uma reação imediata e contundente de Amorim.
“Deputada, a senhora não sabe nem qual é o orçamento do Estado. Quer falar de valores, mas não tem isso na ponta da língua. Diz que o governo não investe em inteligência? É falácia”, disparou o líder governista.
Amorim também relembrou episódios anteriores, acusando Renata de priorizar pautas simbólicas em detrimento da segurança pública. Segundo ele, na véspera, enquanto a Casa discutia a reestruturação da Polícia Civil, a parlamentar teria solicitado prioridade para uma homenagem a uma escola de samba.
“Não aceito mais discurso fácil nessa Casa. É preciso enfrentar a criminalidade com rigor”, afirmou.
O deputado ainda criticou o silêncio seletivo da colega diante de episódios recentes de violência, como o assassinato de uma mulher na comunidade da Maré — área que Renata costuma chamar de seu território de origem, do qual se diz “cria”.
No auge do confronto, Amorim encerrou sua fala com uma provocação que causou alvoroço no plenário:
“Presidente, vamos fazer exame toxicológico nos deputados.”
A declaração incendiou ainda mais os ânimos e expôs o clima de polarização que domina os debates na Alerj.