A Câmara dos Deputados será palco, nesta quinta-feira (2), de um embate decisivo sobre o avanço do crime organizado no Brasil. Às 9h, no plenário 13, a comissão especial que analisa a PEC da Segurança Pública (PEC 18/25) realiza audiência pública para discutir o controle territorial exercido por facções criminosas e milícias — uma ameaça crescente à soberania nacional.
O debate foi convocado por dois nomes de peso: o General Pazuello (PL-RJ), voz ativa na segurança pública, e Mendonça Filho (União-PE), relator da proposta e crítico feroz do texto original enviado pelo governo federal. Ambos exigem respostas concretas diante do alarmante avanço da chamada “governança criminal”.
“O Brasil lidera, com folga, o ranking latino-americano de população submetida ao controle de grupos criminosos. Cerca de 26% dos brasileiros vivem sob regras impostas por facções e milícias”, alerta Mendonça Filho, citando estudo da Cambridge University Press.
A audiência busca não apenas mapear os impactos diretos nas comunidades e serviços essenciais, mas também subsidiar a reformulação da PEC, que propõe a institucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Mendonça Filho já sinalizou resistência ao texto atual: “É absolutamente insuficiente. Está muito distante daquilo que espera a sociedade brasileira”, disparou.
Entre os convidados confirmados estão:
– Benjamin Lessing, professor da Universidade de Chicago e especialista em crime organizado;
– Marcelo Brasil, representante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro;
– Fabricio Oliveira, da Polícia Civil do Rio, ainda com presença a confirmar.
Com a presença de autoridades e estudiosos, o encontro promete ser um divisor de águas na luta contra o domínio territorial do crime. General Pazuello e Mendonça Filho querem mais que diagnósticos — exigem ação.