Em sessão marcada por fortes denúncias e comoção, o vereador Poubel (PL) expôs nesta terça-feira (7) o colapso da saúde pública municipal do Rio de Janeiro, com foco no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, Zona Oeste da cidade. A tribuna da Câmara virou palco de repúdio e apelo por providências diante de relatos de abandono, falta de insumos e mortes evitáveis.
Poubel, que esteve pessoalmente no hospital após receber denúncias, descreveu um cenário alarmante: “Várias pessoas jogadas, sem atendimento. Um senhor estava há mais de quatro horas esperando socorro por causa de um problema na vesícula. Os profissionais são heróis, mas a prefeitura está negligenciando a vida da população”, afirmou. Segundo ele, as Clínicas da Família também enfrentam escassez de medicamentos, e seus requerimentos de informação seguem ignorados pela gestão municipal.
A situação no Rocha Faria não é nova. Em fevereiro, uma briga entre pacientes e funcionários por causa da demora no atendimento terminou na delegacia. Agora, o hospital volta ao centro das críticas, com denúncias de estrutura precária, falta de médicos e até ausência de fraldas para adultos. “Doa a quem doer, vou continuar fiscalizando”, concluiu Poubel.
A vereadora Thais Ferreira (PSOL) reforçou o coro de indignação ao lembrar das recentes mortes de duas crianças vítimas de bronquiolite na rede municipal. Um dos casos, do menino Moreno Moura, de dois anos, ocorreu na UPA da Cidade De Deus. “Não havia nem oxímetro para medir a saturação. Quando foi verificada, já era tarde”, relatou, cobrando diretrizes urgentes para garantir atendimento especializado e humanizado às crianças. “Estamos cansados de subir nesta tribuna para lamentar mortes de pequenos que sequer chegaram aos sete anos de vida”, disse.
