O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) levou ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma representação explosiva contra o deputado federal Dimas Gadelha (PT-RJ), acusando-o de direcionar R$ 400 mil em emendas parlamentares a uma ONG ligada a um apadrinhado político. O recurso, repassado pelo Ministério da Cultura ao Instituto Movimento, em São Gonçalo (RJ), deveria financiar aulas gratuitas de capoeira — mas há suspeitas de que apenas parte do projeto foi executada.
Suspensão imediata e investigação profunda
Sanderson pediu, em caráter liminar, a suspensão dos repasses à entidade até que o TCU conclua a análise. Ele quer que o tribunal apure se houve execução real do projeto, incluindo número de turmas, polos implantados e compra de uniformes. A denúncia aponta que parte das obrigações contratuais não foi cumprida, conforme revelou reportagem da revista Veja, que classificou o caso como “aulas fantasmas”.
Vínculo político sob suspeita
O parlamentar também questiona a escolha da ONG beneficiada. O Instituto Movimento foi presidido até 2024 pelo vereador Isaac Ricalde (PCdoB), aliado de Gadelha e hoje sócio-fundador da entidade, que é comandada por seu chefe de gabinete. Sanderson afirma que Gadelha fez campanha para Ricalde e vê indícios de favorecimento político, violação dos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa, além de possível desvio de finalidade na aplicação dos recursos públicos.
Defesas e contrapontos
Em nota, o gabinete de Gadelha afirmou que a seleção da ONG ocorreu por meio de edital público, com análise técnica e visitas in loco, e que nenhum integrante da entidade ocupava cargo público à época da indicação. Já Ricalde declarou que se desligou da direção da ONG em dezembro de 2024 e que não assinou atos em nome da instituição desde então.
O Instituto Movimento também se manifestou, negando irregularidades e destacando que o projeto “Dança e Ginga” está em andamento, com vigência até abril de 2026. A entidade atribuiu a ausência de relatórios finais na plataforma federal ao atraso no repasse dos recursos e garantiu que todos os trâmites seguem conforme a legislação.
- com informações da Veja