Nova greve de motoristas da Comlurb escancara crise e ameaça turismo no Rio

Jefferson Lemos
O movimento acontece em um momento crítico: dezembro marca o início da alta temporada turística no Rio, com chegada de cruzeiros e aumento da circulação de visitantes (Reprodução)

Cerca de 200 motoristas terceirizados da Comlurb paralisaram suas atividades nesta segunda-feira (1º), estacionando os caminhões na garagem da Estrada do Engenho D’Água, em Jacarepaguá, Zona Oeste. Os profissionais, responsáveis pela coleta em áreas estratégicas como Centro, Zona Sul e Zona Sudoeste, reivindicam o pagamento de adicional de insalubridade, horas extras e o reajuste da cesta básica de R$ 211 para R$ 260.

Impacto direto no turismo

O movimento acontece em um momento crítico: dezembro marca o início da alta temporada turística no Rio, com chegada de cruzeiros e aumento da circulação de visitantes. A paralisação ameaça deixar bairros turísticos como Copacabana e Ipanema com lixo acumulado, prejudicando a imagem internacional da cidade e colocando em xeque a capacidade de gestão da prefeitura.

Problema recorrente

A paralisação não é inédita. Em outras ocasiões, motoristas e garis já interromperam serviços por atrasos salariais e condições precárias de trabalho. A reincidência expõe uma fragilidade estrutural: a terceirização da mão de obra, que gera constantes disputas entre trabalhadores e empresas contratadas, sem que a prefeitura ofereça soluções definitivas.

O que está em jogo

– Reivindicações trabalhistas: adicional de insalubridade, pagamento de horas extras e reajuste da cesta básica.
– Imagem da cidade: risco de lixo acumulado em pontos turísticos em plena temporada.
– Gestão pública: críticas à prefeitura por não resolver de forma estrutural os conflitos recorrentes com terceirizados.

Reação da Comlurb

Em nota, a Comlurb informou que a empresa terceirizada responsável pelos motoristas está em negociação com os grevistas e que um plano de contingência está sendo preparado para reduzir os impactos nos bairros afetados. No entanto, não há garantias de que o serviço será normalizado rapidamente.

A greve dos motoristas terceirizados da Comlurb expõe mais uma vez a fragilidade da gestão da limpeza urbana no Rio. Se não houver solução rápida, a cidade corre o risco de enfrentar um vexame internacional justamente quando deveria brilhar diante dos turistas.

Compartilhe Este Artigo
Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *