A votação da chamada Lei Anti-Oruam foi novamente adiada nesta terça-feira (2) na Câmara do Rio, após não alcançar quórum. O projeto, que proíbe o uso de dinheiro público para contratar artistas que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas em eventos abertos ao público infantojuvenil, registrou 19 votos computados — 13 a favor e seis contra — além de 10 abstenções, o que obriga a proposta a retornar ao plenário na próxima sessão.
A sessão foi marcada por discursos inflamados. A vereadora Talita Galhardo (PSDB) afirmou que votar contra o projeto significa permitir que recursos públicos patrocinem artistas que exaltam o crime. “Não tem nada a ver com anticultura. Meu projeto não tem nome de cantora nem de ritmo. Permitir é assumir que faz apologia ao crime”, disse, criticando também os colegas que se abstiveram: “não sabe se é a favor do crime”.
O vereador Rogério Amorim (PL) reforçou que a proposta é clara e direta: “É simples: ou você é a favor de investir dinheiro público em shows que fazem apologia à violência, ou é contra. O projeto não fala de ritmo nem de pessoa. Basta votar e encerrar essa celeuma”.
Já o vereador Rafael Satie destacou que a medida exige posicionamento dos parlamentares: “Não é simples porque demanda um posicionamento. Parte dos meus colegas não quer se posicionar. Quem não tem posição já se posicionou”.
