Polícia retirou em 2024 mais de 7 mil toneladas de barricadas nas comunidades controladas pelo tráfico no RJ

Jefferson Lemos
De acordo com relatório do CNJ, o crime organizado no Rio expandiu seu território para 300 novas áreas do RJ após a restrição do acesso da polícia às favelas, determinado pela ADPF 635

A polícia retirou em 2024 mais de 7 mil toneladas de barricadas das favelas do Rio dominadas por traficantes de drogas. O número foi divulgado nessa semana pelo secretário de Segurança Pública, Victor Santos. Segundo o secretário de Segurança Pública Victor Santos, a PM do Rio é a única do Brasil com um núcleo específico e equipamentos de construção civil que permitem a retirada dessas barreiras, verdadeiras obras de engenharia bélica que visam impedir (ou pelo menos dificultar) a entrada da polícia nos territórios ocupados.

De acordo com relatório divulgado no ano passado pelo CNJ, o crime organizado no Rio expandiu seu território para 300 novas áreas do RJ após a restrição do acesso da polícia às favelas, determinado pela ADPF 635. No documento, o Ministério Público também reconheceu o crescimento das principais facções que atuam no Rio, em especial o Comando Vermelho (CV). A ADPF 365 foi proposta em 2019 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ONGs ligadas aos direitos humanos e entrou em vigor em 2020, em plena pandemia da Covid-19.

“Algumas comunidades não têm operações há alguns anos. É normal que aquele criminoso, onde o estado não se faz presente nem com a segurança, acaba criando essas estruturas físicas. Só no ano passado, a PM tirou mais de 7 mil toneladas de barricadas, em todo o estado do Rio de Janeiro”, disse Victor Santos.

Durante a última operação no Complexo do Alemão, controlado pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) policiais encontraram resistência para ingressar no território dominado pelo inimigo. Eles encontraram várias barricadas e o asfalto cheio de óleo que dificultou o avanço de blindados. Maçaricos e retroescavadeiras foram usados para abrir caminho bloqueado por um trilho de trem improvisado como cancela.

“Esse é um trabalho diário que muita gente entende como enxugar gelo, mas eu acredito que não”, completou o secretário, informando que vai continuar fazendo as operações para a retirada de barricadas.

  • Imagem/Divulgação/PMERJ
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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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