A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou na última sexta-feira (31) uma operação de impacto contra um esquema de extorsão que aterrorizava frequentadores de motéis na capital e na Região Metropolitana. O grupo criminoso, que operava a partir de presídios, usava imagens captadas na entrada e saída dos estabelecimentos para chantagear vítimas com ameaças de exposição de supostos casos de infidelidade.
Flagrados e Chantageados
Segundo as investigações, os criminosos fotografavam veículos — especialmente os de alto padrão — e, com uso de engenharia social e aplicativos, rastreavam dados pessoais dos proprietários. De posse das informações, se passavam por detetives particulares e abordavam as vítimas via WhatsApp, alegando terem sido contratados por cônjuges desconfiados. A ameaça: divulgar o material comprometedores aos familiares. O preço do silêncio? Até R$ 15 mil por vítima, pagos via Pix.
Presídios como Quartel-General do Crime
O cérebro da operação, conforme a polícia, é um detento de 32 anos, preso desde 2016 em Charqueadas. De dentro da cela, ele coordenava a coleta de dados e articulava os contatos. O criminoso tem histórico por extorsão, estelionato, homicídio, roubo de veículos e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Em outra unidade prisional da mesma cidade, foi identificado um núcleo que operava a partir de uma única cela, com três detentos atuando em conjunto na execução das extorsões.
Prisões e Avanço da Investigação
Na segunda fase da operação, três pessoas foram presas preventivamente em Eldorado do Sul, São Leopoldo e Charqueadas. Ao todo, oito suspeitos já foram detidos desde o início das investigações.
A Polícia Civil segue aprofundando o caso, que revela uma sofisticada rede de chantagem emocional e financeira, articulada por criminosos que transformaram a privacidade em moeda de extorsão.
