Maioria dos presos em flagrante volta às ruas após audiência de custódia

Jefferson Lemos
A maioria dos detidos em flagrante por tráfico de drogas, furtos e roubos acaba voltando às ruas logo após a audiência de custódia (Reprodução)

A sensação de impunidade ganha força diante dos números: a maioria dos detidos em flagrante por tráfico de drogas, furtos e roubos acaba voltando às ruas logo após a audiência de custódia. Segundo levantamento do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) que acaba de ser divulgado, 51% dos presos recebem liberdade provisória, sempre acompanhada de medidas cautelares.

Os números da pesquisa

– 1,2 mil audiências analisadas entre setembro e dezembro de 2024, em dez comarcas de seis estados.
– 522 casos resultaram em liberdade provisória com restrições.
– 457 prisões foram convertidas em preventivas.
– 27 relaxamentos, 11 liberdades plenas e 4 prisões domiciliares.

Crimes mais frequentes

– Tráfico de drogas: 346 registros
– Furto: 205 registros
– Roubo: 129 registros

Debate político e endurecimento da lei

Nos últimos anos, propostas para restringir a liberdade provisória avançaram. A Lei nº 15.272, aprovada após a operação Contenção no Rio de Janeiro, endureceu as regras e facilitou a prisão preventiva. O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) classificou as audiências como “porta giratória para criminosos”.

Já o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) defendeu tornar regra o formato por videoconferência, posição que ganhou força no Senado com o relator Alessandro Vieira (MDB-SE).

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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