Até quando o carioca será refém da máfia dos flanelinhas? A culpa é de quem? Da prefeitura e sua Guarda Municipal que não fiscaliza? Ou da legislação que estimula a impunidade?… Ou de ambas? Esta é a pergunta que todo o motorista que circula pelas ruas do Rio de Janeiro faz quando está ao volante e precisa estacionar o carro.
O que deveria ser uma manobra normal de parar o carro em uma vaga se transformou num verdadeiro martírio devido aos flanelinhas. São milhares de casos em que a Polícia Civil e a PM atuam mas que não dão em nada, até que um motorista seja agredido ou seu carro seja danificado. Mesmo assim, quando o caso vai parar na delegacia acaba em pizza, afinal, o flanelinha se tornou filhote de uma legislação que tolera tudo.
A mais nova vítima dos flanelinhas é uma estudante que mora no Leme, na zona sul. Ela já foi ameaçada de morte várias vezes e teve o carro arranhado ao estacionar na porta de casa. Tudo porque se recusou a ser extorquida por um flanelinha que exigiu dinheiro para tomar conta do veículo.
A mulher conta que a perseguição começou a pouco mais de um mês. De lá para cá, foram várias ameaças do flanelinha, que disse que ia esfaqueá-la e que sabia onde ela morava. Após seu carro ter sido arranhado de ponta a ponta, o caso foi registrado na 12ª DP (Copacabana). O flanelinha foi chamado para prestar depoimento. Ela conta que ele entrou rindo na delegacia e que saiu logo depois dela, fazendo novas ameaças.
De um lado, a Guarda diz que fiscaliza. De outro, a polícia diz que está investigando. Mas, o fato é que a fiscalização, atribuição da Guarda Municipal, parece não existir no Rio de Janeiro. A omissão do Poder Público faz com que os flanelinhas se espalhem por toda a cidade, como uma praga. Uma triste realidade não só no Rio, mas de vários outros municípios.
Diante do risco, só restou uma alternativa à estudante: se mudar para não correr o risco de ser assassinada. Como dizem por aí, o Rio de Janeiro não é para amadores…
