Artistas e figuras públicas que durante o governo Bolsonaro se manifestaram nas redes sociais dizendo-se chocados e colocando a culpa no então presidente pelos incêndios florestais que assolaram o País em sua gestão, hoje se calam diante do descaso do governo Lula que faz o Pantanal arder em chamas.
Neste ano, os incêndios na região já superam o registrado no mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas, desde o início da série contabilizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Desde janeiro, 1 milhão de hectares já foram queimados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ. Animais de várias espécies que habitam a região e morreram carbonizadas ou sufocadas pela fumaça.
De acordo com os últimos números divulgados pelo Programa de BDQueimadas do INPE, os focos de incêndio cresceram 8% quando comparados a 2020. E as chamas ainda continuam a arder.
Assim como o fogo, o silêncio de boa parte da mídia em relação ao atual presidente também se mostra assustador. Noticiam que a falta de aviões atrasa o deslocamento das brigadas contra incêndio e o combate ao fogo no Pantanal, mas justificam a inoperância e descaso do Governo Federal atribuindo a culpa à mudança climática, que teria antecipado o período de seca, que costuma começar em meados de agosto e setembro. Uma contradição, pois se a mudança climática de fato existe, é ingênuo esperar que o clima siga o seu calendário natural, seja em sazonalidade ou intensidade.
Assim como a tragédia da água assolou o Rio de Janeiro no início do ano e mais recentemente o Rio Grande do Sul, a tragédia do fogo parece mais o resultado do descaso, do despreparo e da falta de planejamento e prevenção.
No fim, a demora em trâmites administrativos e com processos burocráticos para compra de equipamentos e combustíveis, assim como a mobilização de aeronaves e efetivos de combate aos incêndios na mata mostram não apenas o despreparo do governo Lula, mas também a hipocrisia de artistas, celebridades, figuras públicas, influencers e ongs que usam a cortina de fumaça para fins políticos e pessoais.
* imagem Arquivo/EBC