O Rio de Janeiro parece cada vez mais uma a cidade sem lei, onde o crime se organiza à luz do dia. Em frente ao consulado dos Estados Unidos na Av. Presidente Wilson, no Centro, uma máfia de taxistas domina o ponto com práticas abusivas e ilegais. Passageiros relatam que são coagidos a aceitar corridas com preços fixos — o chamado “tiro” — ignorando completamente o uso do taxímetro. O resultado? Extorsão descarada, sob o olhar omisso da prefeitura.
O esquema é antigo, mas segue firme. Taxistas se posicionam estrategicamente na saída do consulado, abordando quem parece estrangeiro ou desavisado. Os valores cobrados são exorbitantes, muitas vezes três ou quatro vezes superiores ao que seria registrado no taxímetro. E não há alternativa: motoristas de aplicativo são intimidados e impedidos de parar na área.
A ausência de fiscalização é gritante. Segundo os relatos, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) não aparece. A Guarda Municipal, quando passa, ignora. A cena se repete todos os dias, como se fosse normal. Mas não é. É crime. E está sendo cometido em frente a uma representação diplomática dos Estados Unidos.
A pergunta que não quer calar: quem está permitindo esse nível de desordem? Qual autoridade municipal está fazendo vista grossa para um esquema tão evidente? A impunidade alimenta a máfia, que age com confiança e violência verbal contra quem tenta contestar.
A prefeitura promete intensificar a fiscalização. Enquanto isso, a população cobra punição exemplar aos infratores e garantia de transporte seguro e legal para quem frequenta a região.
Confira na íntegra a nota da prefeitura:
“A Superintendência Executiva de Táxi e Transporte Individual (SETT), vinculada à SMTR, realiza fiscalizações contínuas em áreas estratégicas. Nos últimos meses foram realizadas ações constantes no Aeroporto Santos Dumont, Marina da Glória, Aterro do Flamengo, Copacabana e Centro, com foco em coibir cobranças indevidas, captação irregular e más condições dos veículos.
Neste ano, foram registradas 24 infrações por “corrida no tiro” (sem taxímetro) e 4 por “tic-tac” (fraude no taxímetro). Esses casos geram processos administrativos, podendo resultar em cassação da permissão e multa.
Vale ressaltar que a cobrança indevida é uma infração de difícil constatação pois exige flagrante, para comprovar a negociação direta entre motorista e passageiro. As denúncias podem ser feitas pelo 1746, com informações como placa, local, data e hora.
Após relatos sobre irregularidades na Avenida Presidente Wilson (Consulado dos EUA), a SETT intensificará a fiscalização no local.”
