‘Amarra no poste e põe é fogo’: Tribunal do Crime aterroriza Goiânia com mulher decapitada e outras execuções brutais

Jefferson Lemos
A mais recente ofensiva da Polícia Civil de Goiás, denominada Operação Descarrilhado, buscou desmantelar o chamado "tribunal do crime", responsável por ordenar homicídios com requintes de crueldade

A violência extrema promovida pelo Comando Vermelho (CV) tem deixado marcas profundas em Goiânia, onde execuções brutais são utilizadas como demonstração de força e controle territorial.

A gravidade da situação levou a Polícia Civil de Goiás a deflagrar nesta semana a Operação Descarrilhado, para tentar desmantelar o chamado “tribunal do crime”, responsável por ordenar homicídios com requintes de crueldade.

Execuções Brutais e o Terror Imposto pelo CV

Na manhã desta quarta-feira (28), a Operação Descarrilhado cumpriu oito mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra acusados de envolvimento em dois homicídios brutais registrados no bairro Residencial Real Conquista, em Goiânia. Veja o vídeo:

As investigações apontam que as mortes foram ordenadas por um líder do CV como forma de intimidação e demonstração de domínio sobre a comunidade local.

Entre as vítimas está Ana Carolina Rudgeri, de 22 anos, que foi decapitada e teve o corpo parcialmente carbonizado em março deste ano.

Em um áudio obtido pela Polícia Civil, um dos líderes da facção ordena sua execução de maneira cruel:

“Pode matar ela na cara dura, pra todo mundo ver. Se tiver de madrugada, amarra no poste e põe é fogo! No meu nome, mano, é no meu nome, mano! Entendeu?”.

Outro caso investigado é o de João Felipe Silvério da Silva, de 27 anos, morto em fevereiro após ser alvejado por diversos disparos de arma de fogo.

Antes de sua execução, ele já havia sido espancado em pelo menos duas ocasiões, enquanto os criminosos aguardavam autorização da liderança para matá-lo.

Ação Policial e Tentativa de Contenção

A Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) liderou a operação, que resultou na prisão de oito integrantes do Comando Vermelho, que impõe o medo e controla a população por meio da violência extrema.

Além das prisões, a operação também investiga outros homicídios relacionados à facção, incluindo casos de espancamento e execuções sumárias.

A Polícia Civil reconheceu que ainda falta muito para que o objetivo seja alcançado e reforçou que a luta contra o crime organizado exige ações contínuas e estratégicas a longo prazo, visando enfraquecer a estrutura das facções que dominam territórios urbanos.

O Impacto na Comunidade

A escalada da violência em Goiás tem gerado pânico entre os moradores, que vivem sob a constante ameaça do tribunal do crime.

O medo imposto pelo Comando Vermelho não se limita às execuções, mas também à coação de comerciantes e moradores, que são obrigados a seguir as regras impostas pela facção.

A Polícia Civil segue investigando novos desdobramentos e reforça que denúncias anônimas podem ser fundamentais para desmantelar o tribunal do crime e devolver a segurança à população.

Mas também é preciso acabar com a impunidade e com legislação branda e ultrapassada, que beneficia o criminoso, em detrimento da vítima.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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