A Rocinha não é favela, não é bairro. Se tornou um país dentro do Rio de Janeiro, com suas próprias leis, seus impostos e suas taxas. Um estado paralelo e totalitário com orçamento anual de R$ 144 milhões e economia onde o “PIB” já não depende apenas do tráfico de drogas, da venda de armas e da hospedagem de traficantes de outros estados acolhidos na comunidade, mostrou reportagem do G1 nesta terça-feira (30).
Como se não bastasse, recentemente deu início a uma onda de “estatização”, assumindo negócios legais como bares, restaurantes, lojas de roupas, casas de festas e salões de beleza, numa concorrência desleal com o comércio local, que já começa a ameaçar a livre iniciativa.
A arrecadação com a extorsão de comerciantes e moradores já supera os valores da venda de entorpecentes. O Estado Paralelo aprendeu com a milícia a exigir as taxas e impostos por cada serviço prestado na comunidade. Com o “Estado Oficial” aprendeu a cobrar caro por eles.
De acordo com a reportagem do G1, o tráfico lucra quase R$ 15,5 milhões por ano só com a taxa para a circulação de mototáxis. Com as vans, fatura mais de R$ 2,6 milhões.
A distribuição de gás também é taxada. Isso sem falar na gatonet e internet clandestinas, com a proibição da entrada das operadoras.
O Estado Paralelo ainda controla o valioso mercado da construção civil, levantando prédios de mais de três andares. E tudo isso, diante do olhar passivo do Estado Oficial.
*imagem Wladimir Platonow/Agência Brasil