‘Sem quem compre, não há quem roube’: Polícia Civil mira receptadores para desmantelar mercado ilegal de celulares

Jefferson Lemos
Polícia prendeu 10 pessoas e apreendeu mais de 300 aparelhos durante uma operação realizada na última quarta-feira (30) no Mercado Popular de Duque de Caxias (Reprodução/TVGlobo)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deu um duro golpe no mercado ilegal de celulares ao prender 10 pessoas e apreender mais de 300 aparelhos durante uma operação realizada na última quarta-feira (30) no Mercado Popular de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A ação teve como foco principal o combate à receptação, prática que alimenta diretamente os roubos e furtos de celulares em todo o estado.

A operação integra a força-tarefa da Operação Rastreio, considerada a maior iniciativa estadual voltada à repressão de crimes envolvendo celulares. Desde o início da ofensiva, mais de 5 mil aparelhos foram recuperados e 300 pessoas presas, evidenciando o esforço das autoridades em desarticular a cadeia criminosa que começa com o roubo e termina na mão do receptador.

Mercado clandestino sob cerco

O Mercado Popular de Duque de Caxias, conhecido pelo comércio de eletrônicos de origem duvidosa, foi alvo de uma ação coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), com apoio da Delegacia Fazendária (Delfaz). Durante a operação, diversos boxes tentaram fechar as portas ao perceber a chegada dos agentes, mas os suspeitos foram identificados e detidos. Além dos 10 presos em flagrante, sete pessoas foram levadas à delegacia para esclarecimentos.

Os celulares apreendidos serão periciados e cruzados com registros de roubo e furto para tentar localizar os proprietários legítimos.

Mensagem direta aos receptadores

Em uma medida inédita, a Polícia Civil está utilizando os próprios aparelhos roubados para enviar mensagens de alerta aos receptadores, informando que estão em posse de um item furtado e que podem ser presos por receptação. O aviso também solicita a devolução voluntária do aparelho, sob risco de responsabilização criminal.

A estratégia visa desestimular a compra de celulares sem nota fiscal ou procedência comprovada, atacando diretamente a base do mercado ilegal. “Sem quem compre, não há quem roube”, reforçou um dos delegados envolvidos na operação.

Repressão com inteligência

A Polícia Civil do RJ tem apostado em tecnologia e inteligência para rastrear aparelhos, identificar receptadores e interromper o ciclo do crime. A população é orientada a verificar a origem dos celulares antes da compra e denunciar qualquer atividade suspeita.

A ação em Duque de Caxias representa mais um avanço na luta contra a criminalidade e a impunidade. Com operações cada vez mais precisas, a Polícia Civil mostra que está determinada a frear o comércio ilegal de celulares e proteger os cidadãos fluminenses.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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