A Prefeitura do Rio queria uma reunião técnica para explicar sua Força Municipal de Segurança, mas saiu da Câmara do Rio nesta terça-feira (18) com um punhado de perguntas atravessadas na garganta. Com 40 vereadores na sala, o que ficou claro é que o projeto de Eduardo Paes (PSD) ainda precisa suar muito a camisa para convencer o Legislativo.
A bancada do PL, que já vinha batendo forte na proposta, não aliviou. Poubel foi direto no alvo e chamou o texto de eleitoreiro: “São muitas falhas nesse projeto. Criar uma força armada que não seja a Guarda Municipal é inadmissível. E o pior: o agente tem que deixar a arma no fim do expediente, como se não houvesse risco no trajeto. O prefeito está preocupado só com ele”, afirmou.
O vereador Fernando Armelau (PL), policial penal cumprindo mandato eletivo, rebateu a justificativa do governo sobre a temporariedade dos contratos no programa. Para ele, “garantir segurança jurídica e estabilidade de carreira é essencial tanto para os agentes quanto para a sociedade”.
Já Rafael Satiê (PL) usou o argumento técnico e fez a Prefeitura engolir o próprio discurso de “pioneirismo”: “Todas as forças de segurança formam suas elites internamente: BOPE com PMs, CORE com policiais civis, COMANF com a Marinha. Mas no Rio querem trazer gente de fora? Se deu certo em São Paulo valorizando a própria Guarda, por que aqui seria diferente?” questionou.
Já Leniel Borel (PP), além de reforçar a necessidade de estruturar melhor a Guarda, trouxe para o debate a proteção da infância: “Precisamos de um olhar mais atento para a segurança dos nossos pequenos. A proteção da infância deve ser prioridade.”
Amanhã (19), a primeira audiência pública sobre o projeto promete pegar fogo. Se hoje já ficou claro que os vereadores não vão engolir qualquer coisa, amanhã a Prefeitura vai ter que suar ainda mais para ver sua Força de Segurança sair do papel.