Durante apresentação do calendário oficial de eventos do Rio, nesta quinta-feira (24), o prefeito Eduardo Paes (PSD) voltou a transformar a gestão em palco de estrelismo e declarações caricatas. Ao anunciar o desejo de trazer o U2 para Copacabana em 2026 — e, futuramente, Beyoncé — Paes afirmou que, se conseguir fechar com a cantora americana, “vai virar o rei dos gays”.
“O Luiz Oscar Niemeyer sabe que fechando eu vazo na hora nos stories. Vamos tentar no futuro a Beyoncé. Se a gente conseguir, vou ser o rei dos gays”, disse Paes, arrancando risos de parte da plateia no Roxy Dinner Show.
A fala causou desconforto em setores mais conservadores, que veem na frase uma tentativa de lacração política disfarçada de política cultural. O evento “Todo Mundo no Rio”, bancado com dinheiro público, promete ocupar o primeiro sábado de maio até 2028 com mega shows na orla. Em 2024 foi Madonna. Agora será Lady Gaga. E Paes quer mais.
O vice-prefeito Eduardo Cavaliere confirmou que os nomes de 2026 em diante — incluindo Beyoncé — ainda são apenas “desejos”. Mesmo assim, o projeto avança com estrutura milionária na areia de Copacabana, e expectativa de reunir 1,6 milhão de pessoas no próximo dia 3 de maio, no show de Gaga.
Além do apelo midiático, a Prefeitura estima que o calendário de eventos, com shows, feiras e exposições, gere R$ 1,8 bilhão entre 2025 e 2028. Mas o tom adotado por Paes reforça o uso da máquina pública como vitrine pessoal e ideológica. Enquanto a cidade enfrenta problemas crônicos de segurança, mobilidade e saúde, o prefeito segue investindo em show business — e likes nas redes.