Diferentemente dos outros dias, hoje este gato acordou sem o menor senso de humor. Menos risonho e sarcástico, bem mais reflexivo, sorumbático, macambúzio, tentando realmente entender o que se passa na mente de um eleitor – mais especificamente, o eleitor carioca. Ontem, ao caminhar pela cidade, me deparei com cenas de total abandono e desprezo político. O Rio está um caos, o número de pessoas vivendo nas ruas aumentou visivelmente. Humanos revirando lixo em busca de alimentos, famílias inteiras nas calçadas pedindo ajuda.
Mas não faltam somente programas sociais e econômicos, a questão vai muito além. Falta manutenção do patrimônio público, falta cuidado, limpeza urbana, segurança… falta tudo. Que cidade turística é essa, onde a aprovação do prefeito leva a uma possível reeleição, mas que vive diariamente um processo degradação que parece não ter fim? Aliás, que estado é esse que caminha para o seu sexto governador afastado do cargo?
A impressão que tenho é que, ao invés de andar para frente, o Rio de Janeiro galopou para trás, voltou ao início do século passado, com uma grande massa de desempregados e famintos, cortiços insalubres, violência e barbárie pelas ruas e uma pequena casta de fidalgos que vão muito bem, obrigado!, vivendo em seus palácios, passeando em carros blindados e mamando nas tetas do governo. No dia em que o eleitor entender o poder que tem em suas mãos e perceber que precisa (e merece!) bem mais que migalhas e restos para sobreviver, talvez consigamos mudar esta situação.
Ah, como este gato gostaria que vivêssemos no Rio de Madonna, onde há polícia, segurança, organização, limpeza… quem sabe algum dia!