Nada mudou: mortes e rastro de destruição deixado pelas chuvas marcam início de ano

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O ano de 2024 começou com novos temporais e velhas desculpas dos governantes, que dizem que estão agindo para resolver os problemas e impedir que novas tragédias aconteçam. Eles se aproveitam que o carnaval está próximo e que, em breve, a dor dará lugar à folia. Menos, é claro, para as famílias que perderam tudo nas enchentes, principalmente seus entes queridos.

As chuvas deste fim de semana deixaram um rastro de sujeira e destruição em vários municípios. Até o momento, 12 mortes foram registradas e pelo menos um mulher está desaparecida. São pessoas que morreram afogadas, soterradas ou eletrocutadas.

A cada ano a população vive o mesmo déjà vu. É uma tragédia que se repete sem que as autoridades façam algo para impedir. As últimas chuvas começaram na tarde de sábado e se estenderam pela madrugada. Na manhã de domingo, dezenas de bairros já exibiam o rastro de destruição deixado pelas águas.

Em alguns bairros da cidade do Rio, o alagamento chegou a 1,5 metro, como em Acari. A Avenida Brasil, principal artéria viária do município, ficou alagada e motoristas não puderam ir e vir. Os ônibus não conseguiam chegar às estações do BRT, onde passageiros ficaram ilhados.

Grandes engarrafamentos também se formaram na Rodovia Washington Luís, onde motoristas chegaram a ficar dez horas parados. A Rodovia Presidente Dutra também ficou fechada na Baixada por cerca de três horas, no sentido São Paulo, devido a um poste tombado na pista.

No Hospital municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, a unidade teve o subsolo invadido pela enxurrada e ele acabou submerso. Como se não bastasse, o temporal deixou o hospital sem energia elétrica por seis horas Uma clínica da família vizinha também foi inundada. As consultas foram suspensas por 15 dias. Estações da Linha 2 do metrô, um quartel dos bombeiros e batalhões da PM também acabaram debaixo d’água, com viaturas que estavam no pátio danificadas.

Bairros das Zona Norte e Sul, além do centro da cidade, também ficaram alagados. Como em anos anteriores, em meio ao caos, o prefeito Eduardo Paes decretou situação de emergência, pediu que a população tivesse calma e evitasse sair de casa, pelo menos os que não tiveram a residência submersa puderam obedecer. Foram cancelados concursos e os ensaios técnicos na Sapucaí.

Cidades da Baixada Fluminense como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti e Belford Roxo também não escaparam do rastro de destruição deixado pelas chuvas.

As autoridades usam números para tentar explicar a tragédia, alegando que choveu mais que o esperado. Dizem que foi registrado um acumulado de 264,4mm de chuva num período de apenas 24 horas. Para a população, no entanto, os números não importam. O que importa são as vidas.

Imagem/Reprodução

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