A eleição de João Caldas para a presidência nacional do Democracia Cristã (DC) acendeu o pavio de uma disputa feroz pelo comando da legenda no Rio de Janeiro — e o principal derrotado parece já estar definido: William Coelho. Dado como carta fora do baralho, o vereador carioca vê sua liderança ruir diante da articulação de novas forças que ganham musculatura nos bastidores.
Coelho, que assumiu o diretório estadual às vésperas das eleições de 2024, agora amarga isolamento político e crescente desconfiança interna. A promessa de renovação feita por Caldas, eleito por unanimidade com apoio dos 47 votantes, não contempla o estilo de gestão do atual presidente fluminense, que é acusado por correligionários de ter se apropriado da sigla para fins eleitorais pessoais.
Enquanto Coelho é empurrado para escanteio, dois grupos despontam como protagonistas da nova fase do DC no estado rumo a 2026: o ex-secretário de Turismo Ronald Ázaro e a influente família Cozzolino, de Magé.
Coelho encurralado
Internamente, cresce a percepção de que Coelho não tem fôlego político para conduzir o partido em sua nova fase. A falta de diálogo com lideranças regionais e a centralização de decisões minaram sua base de apoio. O avanço de Ázaro e dos Cozzolino é visto como inevitável por interlocutores próximos à cúpula nacional.
A queda de Coelho parece questão de tempo. E, no vácuo de sua liderança, novas forças já se movem para ocupar o espaço — com sangue nos olhos e olho nas urnas.