Cadê as feministas que se calam diante do ministro de Lula?

Jefferson Lemos

Cadê as feministas que se calam diante das acusações contra o ministro  dos Direitos Humanos, Silvio Almeida? Este é o principal questionamento da direita diante do silêncio de artistas e da militância feminista de esquerda. Afinal, mexeu com uma mexeu com todas? Ou depende de quem pode ter mexido?  Se o silêncio impera entre a ala da esquerda, a turma da direita, principalmente os bolsonaristas, está colocando a boca no trombone. O deputado estadual Thiago Gagliasso (PL), por exemplo, abusou do sarcasmo, como sempre, ao alertar para o fato das acusações recaírem justamente sobre o ministro dos Direitos Humanos.

“No Rio de Janeiro já teve o cavalo taradão, agora, no Brasil a gente tá conhecendo o ministro taradão. E o  que a gente não tá conseguindo achar são as pessoas dessa turma aqui. Essa turminha [do] ‘mexeu com uma mexeu com  todas’”, disse o parlamentar em um vídeo postado em  seu Instagram.  “O ministro taradão tá aí assediando mulher e vocês tão tudo caladinha. Por que será? Ah, porque é o ministro Lula, do companheiro em  quem vocês votaram. Aí pode assediar mulher. Pode fazer o caralho que quiser, né? Ninguém vai falar nada do ministro taradão? Vocês vão ficar caladinhas?  Que vergonha. A gente já se acostumou com o  cheiro da merda”, completou.

Para a direita, o silêncio das feministas não surpreende. Em abril, quando o filho mais novo do presidente Lula foi denunciado por sua companheira, uma médica de 29 anos, por agressão física e psicológica, a militância feminista também emudeceu. Se algum filho ou ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro fosse acusado de assédio, discriminação ou qualquer outro tipo de violência contra a mulher, a internet e os noticiários já estariam abarrotados de feministas, artistas e militantes de esquerda clamando por justiça, aos xingamentos de machista, misógino, tóxico, violento, fascista, etc…

Almeida foi denunciado pela ONG Me Too Brasil por supostos episódios de assédio sexual contra mulheres. Os nomes das vítimas não foram divulgados, mas o site Metrópoles, que revelou o caso, afirma que a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial teria sido uma das mulheres assediadas.Para a direita, causou estranhamento o silêncio da ministra após a divulgação do caso. Afinal, se o nome dela foi usado indevidamente para acusar um colega de governo Lula, por que motivo não veio imediatamente a público desmentir a acusação?

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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