O deputado federal Delegado Ramagem mostrou a que veio logo após a homologação de sua candidatura a prefeito, na manhã desta segunda (22), no diretório do PL, no centro do Rio. Durante seu discurso, ele teve a coragem de tocar na questão da proliferação dos flanelinhas, um dos símbolos da omissão e desordem que imperam na cidade e que candidatos compromissados com o Rio de Janeiro devem combater.
“Flanelinha é uma praga a ser combatida. Porque, além da ordem pública, vira uma questão criminal”, afirmou o candidato, ferrenho crítico da desordem urbana que toma conta da cidade.
No Rio, flanelinhas chegam a cobrar mais de R$ 100 por uma vaga, dependendo do local. Neste mês, um turista colombiano que foi visitar o Cristo Rendentor teve que pagar R$ 120 para estacionar o carro na Rua Efigênio Sales, no Cosme Velho.
Uma moradora do Leme, que foi ameaçada de morte e teve o carro danificado por um flanelinha ao estacionar na porta da sua casa, decidiu se mudar com medo de ser assassinada. Ela registrou o caso na 12ª DP e mesmo assim recebeu novas ameaças após deixar a delegacia.
O combate aos flanelinhas tem se mostrado uma tarefa árdua. Em 2019 o deputado Rodrigo Amorim apresentou na Alerj o PL 1162/2019, que proíbe a ação deles no Rio de Janeiro, numa tentativa de enquadrar a prática ilegal. A proposta até hoje tramita na Casa.
Atualmente, embora deixem subentendido que irão danificar o carro caso não recebam o pagamento adequado, não é tão simples enquadrar os flanelinhas por esta prática como crime de extorsão, que é definido pelo artigo 158 do Código Penal.
Mas as autoridades, como demonstrou Ramagem, não podem continuar a utilizar essa dificuldade como desculpa para a omissão.