Medo de queimar o filme? Candidato apoiado por prefeito não usa sobrenome dele

Jefferson Lemos

Nas cidades onde os prefeitos não podem ou não querem se reeleger, uma estratégia está se tornando cada vez mais comum. Os candidatos apoiados por eles passam a adotar seus sobrenomes, para terem suas imagens associadas na memória do eleitor. Na Baixada Fluminense, a prática já se tornou quase uma regra.

Em Mesquita, por exemplo, Alex Maroto, assessor do prefeito Jorge Miranda, é o candidato escolhido pelo alcaide para sucedê-lo. Alex passou então a se chamar Maroto do Jorge.

Em Nova Iguaçu não é muito diferente. O presidente da Câmara Municipal, Dudu Reina, que será o candidato do prefeito Rogério Lisboa, já responde por Dudu do Rogério.

Em Belford Roxo, Matheus Carneiro, sobrinho do prefeito Waguinho Carneiro, mais conhecido apenas como Waguinho, também trocou o sobrenome. O agora Matheus do Waguinho quer aproveitar a fama e o prestígio do tio, prefeito mais bem avaliado da Baixada e único da região a apoiar o presidente Lula.

No município de Duque de Caxias, onde a família Reis é poderosa, Netinho Reis sucederá Wilson Miguel, tio do secretário de Transportes Washington Reis, que também já foi prefeito da cidade. Netinho não é neto, mas sobrinho de Washington Reis. No caso, o sobrenome não faz parte da regra, mas vem de berço.

Já em São João de Meriti, Waldecy da Saúde (foto) continuará a ser chamado de Waldecy da Saúde, fugindo da regra e do sobrenome. Estranhou? A explicação é simples. O candidato do prefeito Dr. João não quer o seu nome vinculado ao do atual gestor, cuja fama entre os eleitores não anda nada boa.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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