Contrariando quem imaginava que a crise diplomática entre Brasil e Israel não poderia piorar, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, citou o Apartheid ao acusar Israel de ‘punição coletiva’ contra palestinos em Gaza, ao defender nesta segunda-feira (26), em Genebra, na Suíça, a criação do Estado Palestino.
“A criação de um Estado Palestino livre e soberano, que conviva com o Estado de Israel, é condição imprescindível para a paz. Consideramos ser dever deste Conselho [de Direitos Humanos da ONU] prestigiar a autodeterminação dos povos, a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor de forma veemente a toda forma de neocolonialismo e de Apartheid”, declarou o ministro, acrescentando que “uma espécie de punição coletiva que já ceifou a vida de quase 30 mil palestinos.
A declaração de Almeida ocorreu durante a abertura da 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Organizações das Nações Unidas (ONU). Na tribuna, ele repudiou o que chamou de desproporcionalidade do uso da força por parte do governo de Israel, mas não fez referência aos atos terroristas do Hamas que desencadearam a reação.
Em outubro de 2023, centenas de terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, atacando postos militares, colônias agrícolas e um festival de música, matando em sua quase totalidade civis, entre eles muitas mulheres e crianças que foram estupradas, torturadas, mutiladas e queimadas vivas.
Na ocasião, aparelhos celulares das vítimas foram usados para filmar a barbárie e encaminhar imagens e vídeos para os seus familiares. Como se não bastasse, cerca de 240 pessoas foram levadas como reféns. O ataque é considerado o pior ato de violência contra o Estado judeu desde sua formação, em 1948.
*Imagem Ruy Conde/MSDHC