Quem saiu na frente perdeu!

Jefferson Lemos
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Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra Eduardo Paes liderando cenário estimulado, mas a retrospectiva mostra que nas últimas disputas para governador do Rio, quem largou na frente perdeu. Indecisão marca cenário eleitoral na pesquisa espontânea, o que mostra que ainda é cedo para o prefeito do Rio cantar vitória

O Instituto Paraná Pesquisas divulgou nesta terça-feira (27) um novo levantamento sobre a corrida eleitoral para o governo do estado do Rio de Janeiro.

O cenário estimulado revela vantagem de Eduardo Paes (PSD), que aparece com 57% das intenções de voto. Mas é cedo para o prefeito do Rio cantar vitória.

Nas últimas disputas para governador do Rio, quem largou na frente perdeu.

Em 2014 Pezão tinha 5%. Quem liderava era Garotinho, seguido por Crivella e Lidbergh. O 4º colocado nas pesquisas chegou em 1º.

Em 2018 Eduardo Paes largou na frente, seguido por Romário e Garotinho. Venceu Witzel, que no início das pesquisas tinha menos de 2%.

Em 2022 quem largou na frente foi Marcelo Freixo, seguido por Martha Rocha. Cláudio Castro, que venceu no 1º turno, estava em 3º.

Embora o cenário estimulado revele vantagem do atual prefeito da capital a pesquisa espontânea — aquela em que os entrevistados mencionam candidatos sem uma lista prévia — mostra um quadro de grande indefinição, com 80,3% dos eleitores ainda sem candidato.

Além disso, as eleições 2026 devem ser marcadas pela polarização entre os candidatos apoiados por Lula (PT) e Bolsonaro (PL). E nesse quadro, Eduardo Paes, candidato de Lula, aparece apenas com 7,6%, o que abre amplo espaço para o crescimento do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União). Um dos fatores que pode impulsionar Bacellar é o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Bacellar aparece com 10,4% das intenções de voto na simulação estimulada, mas apesar de sua baixa visibilidade em comparação ao prefeito, analistas políticos apontam que sua candidatura pode ganhar força com a aproximação do pleito e o início da campanha eleitoral, devido à maior exposição na mídia.

O Rio de Janeiro tem historicamente demonstrado forte inclinação conservadora, como evidenciado em pesquisas anteriores sobre o perfil ideológico do eleitorado fluminense.

Esse respaldo pode ser um diferencial na disputa, especialmente entre eleitores que buscam um candidato alinhado à direita.

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 23 de maio, com 1.680 eleitores entrevistados em 58 municípios do estado. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais.

Com um cenário ainda indefinido e um alto número de eleitores sem candidato, a disputa pelo governo do Rio promete se intensificar nos próximos meses.

E uma reviravolta não surpreenderia.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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