Em entrevista exclusiva ao site COISAS DA POLÍTICA, o candidato a prefeito de Petrópolis pelo Partido Novo, Doutor Santoro, disse que pretende reestruturar a máquina administrativa para torná-la mais eficiente e menos onerosa para os cofres públicos. Para isso, quer reduzir o número de secretarias e de cargos comissionados, a fim de acabar, segundo ele, com o uso político da prefeitura. Outros candidatos também foram convidados por e-mail para uma entrevista. Confira este e outros assuntos a seguir:
COISAS DA POLÍTICA – Ônibus quebrados e engarrafamentos são alguns dos problemas enfrentados pela população no dia a dia ao sair de casa para trabalho ou lazer. O transporte público na cidade tem solução?
DOUTOR SANTORO – Nossos moradores têm sofrido com veículos em estado precário, linhas que registram atrasos constantes, além de carros antigos e com alto risco de acidentes. E esse problema vai além de uma reestruturação que envolva não só a renovação da frota, mas também é necessária uma visão mais ampla de planejamento e execução.
Uma das primeiras medidas que vamos tomar é extinguir a CPTrans, companhia responsável pelo transporte na cidade, que se tornou um gargalo de ineficiência e corrupção. Nosso plano é substituí-la por uma Agência Petropolitana de Mobilidade, composta por gestores técnicos capacitados e responsáveis pelo desenvolvimento de um plano local, baseado em critérios técnicos e nas reais necessidades da população. A partir dele, realizaremos já no início de 2025, uma licitação transparente para o transporte público, permitindo a renovação completa da frota e a entrada de novas empresas com capacidade de oferecer um serviço de qualidade.
Também vamos abrir o setor ao livre mercado, para que a concorrência traga inovação e preços mais justos aos usuários. Não podemos depender apenas de um modelo engessado e falho. Nosso povo merece ter liberdade para escolher o melhor modal de transporte para suas necessidades. Por isso, vamos liberar o funcionamento de mototáxis, vans e outros meios de transporte alternativo, como os serviços de aplicativos de transporte, além de modernizar o sistema de táxis com tarifas mais competitivas.
A mobilidade não deve ser decidida por burocratas, mas construída em diálogo com empresários do setor, especialistas e a população. Queremos que Petrópolis tenha um transporte público moderno, acessível, econômico e, acima de tudo, digno para os seus moradores.
COISAS DA POLÍTICA – Atrasada há vários anos, a nova subida da serra é uma das obras mais esperadas pelos moradores da cidade. O valor do pedágio é outro motivo de reclamação? Caso seja eleito, que atitude pretende tomar?
DOUTOR SANTORO – Esse é um drama que se arrasta por anos, com obras travadas, tarifas que são reajustadas com frequência e a solução que parece cada vez mais distante. Caso eu seja eleito prefeito, minha atitude será firme e alinhada com os interesses do cidadão. A vitória recente da CONCER na manutenção do pedágio em R$ 14,50 demonstra como a concessionária investe pesadamente para garantir seus lucros, enquanto nós, consumidores, lutamos para economizar pequenas quantias em comparação.
A prefeitura tem papel fundamental nesse processo e ainda estamos enfrentando uma ameaça ainda maior: o governo federal, sob o comando do Presidente Lula, está preparando uma nova licitação para a BR-040 que pode elevar o pedágio para R$ 20, o que sufocará ainda mais a nossa cidade. Precisamos combater o “lulismo”, o “bomtempismo” e todos os que apoiam esse governo federal que, de forma conivente, colabora com a empresa concessionária para prejudicar a mobilidade dos petropolitanos.
Como prefeito, pretendo lutar incansavelmente para alinhar a prefeitura com os interesses dos consumidores de Petrópolis, e não com os interesses do governo federal ou da concessionária. Vamos reavaliar essa relação e buscar soluções que realmente priorizem a mobilidade dos petropolitanos. Estamos comprometidos em restabelecer a mobilidade de Petrópolis, garantindo que o cidadão tenha acesso digno e justo às vias que conectam nossa cidade a outras regiões, promovendo uma gestão transparente e alinhada com os verdadeiros interesses do povo petropolitano. Contem conosco para endireitar essa relação e garantir o direito à mobilidade para todos.
COISAS DA POLÍTICA – A cidade ainda está longe de estar preparada para as chuvas? Como impedir novas tragédias?
DOUTOR SANTORO – Sim, infelizmente todo e qualquer cuidado nesse quesito é pouco, diante da gravidade que o cenário climático impõe, a cada ano que se passa. Na nossa Petrópolis não é diferente, principalmente devido à vulnerabilidade das áreas de risco e à ocupação desordenada nos bairros.
No nosso governo temos como objetivo principal nesta área a sinergia da Secretaria Municipal de Defesa Civil, que atuará em colaboração com as Secretarias de Meio Ambiente e Infraestrutura. Esse grupo será o grande responsável por combater o avanço dos assentamentos informais, desocupar moradias em áreas de risco e garantir a segurança das comunidades. Enfrentar a ocupação ilegal de encostas é um dos maiores desafios de organização da cidade, e por isso, pretendemos agir com firmeza na remoção de moradores dessas áreas, com a demolição de imóveis irregulares e ao mesmo tempo oferecendo condições dignas de habitação com infraestrutura adequada baseada na reforma de imóveis abandonados.
Também se faz urgente implementar um sistema de alerta eficaz para grandes chuvas e criar uma entidade especializada em prevenção de tragédias climáticas, que possa em parceria com o governo estadual e o Instituto Rio Metrópole, articular e desenvolver estratégias específicas para a realidade de Petrópolis, preparando a cidade para enfrentar eventos climáticos adversos, que tendem a se tornar mais frequentes.
Por fim, vamos contratar a elaboração de um plano definitivo de escoamento das águas na Coronel Veiga e Centro Histórico para captação dos recursos necessários tendo um plano definitivo de ação.
Com essas ações, buscamos não apenas resolver o déficit habitacional, mas também garantir um ambiente urbano seguro e resiliente para todos os petropolitanos, rompendo o ciclo de vulnerabilidade e promovendo uma cidade mais preparada para o futuro.
COISAS DA POLÍTICA – Na sua opinião, qual o maior problema enfrentado pelo município? E como resolvê-lo, caso seja eleito?
DOUTOR SANTORO – A questão do ICMS e o pagamento da dívida de mais de R$ 500 milhões que Petrópolis recebeu indevidamente após uma decisão do STF será uma grande dificuldade na próxima gestão. Isso mediante a redução do total recebido através do IPM – Índice de Participação dos Municípios, que vai dificultar ainda mais essa administração do recurso público.
Um de nossos primeiros passos para organizar a casa e melhorar esse aspecto do executivo é um corte linear de pelo menos 30% nos gastos e cargos de todas as secretarias, juntamente com a redução das pastas de 21 para 12. Vamos também unir esforços na busca por acordos extrajudiciais para o pagamento da dívida, reestruturando tudo de forma responsável, captando empréstimos com baixo custo de juros e garantias sólidas.
Propomos ainda uma lei de austeridade fiscal para controlar os gastos públicos, garantindo que a cidade mantenha equilíbrio financeiro a longo prazo e recupere sua capacidade de investir em serviços essenciais para a população. Para isso vamos contar com um plano emergencial de regularização de débitos fiscais, com descontos atrativos quitação de dívidas, aumento da arrecadação do ISS sem elevar as alíquotas, a regularização do IPTU, com o uso de georreferenciamento para garantir que todos os contribuintes paguem sua parte justa, o cancelamento de um grande contrato ilegal com um escritório de advocacia e a recuperação dos valores pagos, a negociação do pagamento de precatórios de forma mais justa e a implementação de um programa agressivo de deságio de dívidas. Outra solução para melhorar a arrecadação é focar na recuperação do parque industrial da cidade, oferecendo incentivos fiscais e uma logística eficiente para o escoamento da produção.
COISAS DA POLÍTICA – Caso saia vitorioso nas urnas, qual será sua primeira ação assim que assumir a prefeitura?
DOUTOR SANTORO – Sem dúvidas é enfrentar de frente a grave questão fiscal que Petrópolis vive nos dias de hoje, com foco inicial na reestruturação da máquina pública para torná-la mais eficiente e menos onerosa para os cofres municipais. Isso leva em consideração um corte no número de secretarias para eliminar cargos redundantes e a redução no número de comissionados, para acabar com o uso político da prefeitura, que atualmente está mais voltada para aparelhar o grupo político do atual prefeito, do que para servir aos cidadãos.
Visamos uma gestão técnica com profissionais habilitados, capacitados e comprometidos com a entrega de serviços públicos de qualidade, priorizando a eficiência e a transparência na gestão. Outro aspecto importante é a digitalização dos processos administrativos na prefeitura, que ainda são realizados em papel, o que é ineficiente e ultrapassado. Além de modernizar a gestão, essa ação também vai abrir a “caixa preta” da administração pública, permitindo que os cidadãos acompanhem, diretamente de seus celulares, o andamento dos processos administrativos.
Nosso principal compromisso é a responsabilidade fiscal, cortando gastos supérfluos e focando em um planejamento de longo prazo para equilibrar as finanças públicas, abordando a dívida pública de Petrópolis, que hoje já ultrapassa R$ 1 bilhão. Com essas ações iniciais, queremos iniciar um novo ciclo de gestão transparente, técnica e verdadeiramente comprometida com o bem-estar de todos os petropolitanos.