Apesar dos esforços midiáticos do Governo Federal, a aprovação da gestão do presidente Lula (PT) segue ladeira abaixo. A última pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (2) aponta que a aprovação do petista caiu 3 pontos, de 54% para 51% em relação a julho. Segundo o levantamento, apenas 38% dos entrevistados afirmam que o governo Lula está melhor que o de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Em julho, essa avaliação era de 51%.
O levantamento mostra que entre as possíveis causas para a queda na popularidade de Lula estão o aumento da preocupação dos brasileiros com a economia, que subiu de 21% em julho para 24% em setembro, e com a corrupção, que aumentou de 12% para 13%.
A queda da popularidade do presidente Lula não se restringe a um público. Entre adultos de 35 a 69 anos (caiu de 56% para 51%); eleitores com 60 anos ou mais (de 59% para 49%); pessoas com nível superior (de 46% para 37%) e até entre os que ganham até 2 salários mínimos (de 69% para 62%).
Perda do poder de compra
Aliás, para 61% dos entrevistados, o poder de compra hoje é menor do que há um ano. Comparando com a primeira pesquisa realizada em abril de 2023, o número era de 37%. Sinal de que a coisa não anda boa para o presidente petista e parece pior ainda para a população. Não à toa, na avaliação geral, apenas 32% consideram a gestão de Lula positiva.
Pessimismo em relação à Economia
E como nada que está ruim não possa piorar, o pessimismo em relação à melhora da economia cresceu. Ao todo, 36% acreditam que a economia vai piorar nos próximos 12 meses. Na última pesquisa, o percentual era de 27%. Os entrevistados que acreditam que vai melhorar somam 45%, contra 52% do levantamento anterior. O número dos que avaliam que vai ficar do mesmo jeito permaneceu em 18%.
Cristãos insatisfeitos
O levantamento da Quaest também mostra um aumento da reprovação entre os dois maiores grupos religiosos do país: os católicos e os evangélicos, que demonstram não estarem satisfeitos com os rumos que o País está tomando.
A desaprovação entre os evangélicos subiu de 52% em julho para 55% em setembro. Entre os católicos, a desaprovação foi ainda maior, disparando de 37% para 42%.
Maior desaprovação no Sudeste
Como esperado, a maior desaprovação de Lula segue na região Sudeste, que passou de 48% em julho para 53% em setembro Já a aprovação caiu de 48% para 45%.
Nas regiões Centro-Oeste/Norte a situação não é muito diferente. A desaprovação subiu de 42% para 46% e a aprovação caiu de 53% para 49%. No Sul do país, não mudou muito: 53% de desaprovação e 42% de aprovação.
Apenas no Nordeste Lula é aprovado por 69% dos eleitores, enquanto 26% o desaprovam.
Vivendo do passado
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, fez uma avaliação dos resultados da pesquisa. Para ele, o terceiro governo de Lula não está conseguindo emplacar uma marca própria e está vivendo o que poderia ser chamado de “recall”.
“O governo não está conseguindo se diferenciar do governo anterior e com isso vai perdendo identidade. Se não fosse o Nordeste e os mais pobres, que votaram no Lula em 2022, a situação seria pior. Ou seja, o que segura o governo é seu recall, não a conquista do novo governo”, disse o especialista em entrevista à GloboNews.
Dados da pesquisa
A Quaest ouviu 2 mil pessoas maiores de 16 anos nas quatro regiões do país (Centro-Oeste e Norte são agregados) entre os dias 25 e 29 de setembro, com um nível de confiança de 95%.
- Imagem/Arquivo/EBC