Rogerio Amorim: ‘De olhos bem abertos para os desmandos do prefeito’

Jefferson Lemos

Dando sequência à série de entrevistas com os vereadores campeões, que se destacaram de alguma forma nas eleições e que assumirão uma cadeira no Legislativo de suas cidades, o site COISAS DA POLÍTICA traz neste domingo (1º) um bate-papo com Rogerio Amorim (PL), reeleito para a Câmara Municipal do Rio. As entrevistas da série serão publicadas na EDIÇÃO ESPECIAL de novembro da REVISTA COISAS DA POLÍTICA.

  • Nome completo: Rogerio Martins Pires de Amorim
  • Naturalidade: Rio de Janeiro (RJ)
  • Formação: Médico Neurocirurgião; mestre em neurociência
  • Partido político: PL

Fiscalizar e cuidar da população

Um dos principais opositores ao governo de Eduardo Paes (PSD) no Legislativo, Rogério Amorim (PL) foi reeleito para próxima legislatura com 16.081 votos e já avisou que vai continuar fiscalizando os “desmandos” do prefeito, referindo-se às “despesas absurdas” nas contas públicas e ao crescente endividamento do município.

“Também pretendo continuar atuando para melhorar a qualidade de vida de pessoas em condições crônicas de saúde, como já fiz com os que sofrem de fibromialgia, aprovando leis que dão a eles direitos de prioridade”, destaca o vereador reeleito, argumentando que a “cidade fica mais humana quando aqueles que sofrem têm a vida facilitada”.

A segurança pública será outra prioridade no novo mandato. “Temos feito um trabalho intenso na área de Segurança, como presidente da Comissão de Segurança Pública, fiscalizando as condições de trabalho da Guarda Municipal, que nesta gestão tem perdido cada vez mais o protagonismo, por obra do prefeito”, avalia Amorim.

O vereador reeleito conta que por muito tempo relutou em entrar para a carreira política, limitando-se a acompanhar o trabalho de seu irmão, hoje deputado estadual Rodrigo Amorim (União). “Mas ao mesmo tempo eu também percebia que havia muita insatisfação no nosso povo, que nossa cidade não “engrenava”, que os problemas pareciam insolúveis e nesse tempo todo o que eu mais fazia era reclamar”.

Diante do quadro, Rogerio Amorim percebeu que era necessário fazer mais e, em 2020, lançou-se candidato a vereador, sendo eleito para um mandato em plena pandemia de Covid-19. “Me senti ainda mais estimulado, pois a população começou a ser ludibriada pela esquerda, que se aproveitou daquele momento difícil”. Confira a seguir:

COISAS DA POLÍTICA – O que o levou a entrar para a política? Poderia resumir a sua trajetória?

ROGERIO AMORIM – Sou, antes de mais nada, médico e neurocirurgião. Por muito tempo eu relutei em entrar para a carreira política, embora já tivesse uma função pública por conta da minha função de professor da Neurocirurgia na UNIRIO. Me limitava a acompanhar meu irmão, hoje deputado estadual Rodrigo Amorim, e estava satisfeito com isso. Mas ao mesmo tempo eu também percebia que havia muita insatisfação no nosso povo, que nossa cidade não “engrenava”, que os problemas pareciam insolúveis e nesse tempo todo o que eu mais fazia era reclamar. Reclamar das condições de trabalho dos funcionários, reclamar do preço dos transportes públicos e das condições em que se encontram, reclamar da escola pública abandonada. Fui percebendo que era necessário fazer mais, tentar mais. Veio 2020 e eu decidi me dedicar à campanha de vereador, e quando a pandemia da COVID-19 chegou, me senti ainda mais estimulado, pois a população começou a ser ludibriada pela esquerda, que se aproveitou daquele momento difícil. Fui eleito numa votação meio atípica, com altíssima abstenção, e já comecei o mandato naquele cenário complexo da pandemia, em que o presidente Bolsonaro conseguiu inclusive fazer a melhor gestão de economia das Américas, segundo relatório do Banco Mundial. Enquanto isso, a esquerda despejava fake news. Este cenário me deixou ainda mais motivado para o confronto.

COISAS DA POLÍTICA – Quais as principais pautas que pretende trabalhar em seu mandato?

ROGERIO AMORIM – Eu tenho uma grande afinidade com as ideias conservadoras, mas também vejo o vereador como o primeiro link dos cidadãos com o poder público, então precisamos também estar de olho nas questões mais sensíveis, mais práticas. Claro que nós não podemos deixar de acompanhar a movimentação da esquerda, como as tentativas de flexibilizar as leis antimaconha e antiaborto. E diante de um cenário em que Eduardo Paes tenta cada vez mais criar um bunker da esquerda, é preciso mais vigilância ainda.
O prefeito Eduardo Paes está endividando a cidade cada vez mais com seus pedidos de empréstimos, que ele afirma serem para o BRT. Que, aliás, é uma obra mal planejada, mal executada e que não resolve o problema de mobilidade do carioca. Qualquer especialista ao redor do mundo sabe que o certo seria o trecho do BRT ser sobre trilhos, mas nós fomos na contramão. Precisamos, portanto, intensificar a fiscalização sobre estas despesas absurdas. Também pretendo continuar atuando para melhorar a qualidade de vida de pessoas em condições crônicas de saúde, como já fiz com os que sofrem de fibromialgia, aprovando leis que dão a eles direitos de prioridade. A cidade fica mais humana quando aqueles que sofrem têm a vida facilitada.
Temos feito um trabalho intenso na área de Segurança, como presidente da Comissão de Segurança Pública, fiscalizando as condições de trabalho da Guarda Municipal, que nesta gestão tem perdido cada vez mais o protagonismo, por obra do prefeito. Enfim, o Rio de Janeiro demanda trabalho intenso e muita dedicação por parte de seus vereadores, e também os olhos bem abertos para os desmandos do prefeito.

COISAS DA POLÍTICA – Deixando a política de lado, a que outras atividades se dedica? O que gosta de fazer, por exemplo, em suas horas vagas ou de lazer?

ROGERIO AMORIM – Fora da política me dedico a dois pontos fundamentais em minha vida: a família e a neurocirurgia. Nas horas vagas me dedico aos estudos. Gosto de programas em família sem esquecer da minha fé católica e das Santas Missas Tridentinas aos domingos. Portanto, estar com minha família me basta.

COISAS DA POLÍTICA – Diante da polarização que tomou conta do País, de que lado você se considera? Direita ou esquerda? E você avalia que a direita e a esquerda estão cumprindo bem os seus papéis?

ROGERIO AMORIM – Sou uma pessoa conservadora, de direita. Minha posição é clara, transparente: defendo Deus, a Família e a Ordem; espero que o presidente Jair Bolsonaro retorne em breve à cadeira presidencial, e reconduza o Brasil ao rumo da prosperidade. Não acredito que a esquerda tenha um papel a cumprir, e sim que eles têm um projeto de poder, um sistema. Bolsonaro é o antissistema, é aquele que veio para cumprir a vontade do povo. Não tenho a menor dúvida em deixar claro que estou do lado certo. Como dizia o conservador britânico Roger Scruton, “we, conservatives, are boring. But we are right”. Somos chatos, mas somos “direitos”.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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