Por Wilton Ribeiro*
Sustento a tese de que o cancro canceroso das facções criminosas enquanto só destruíam o dolorido tecido do Estado do Rio de Janeiro era considerado um mal menor. Atingiu São Paulo. Começou a complicar. Até que a partir do ano de 2007, quando a única e eficaz decisão federal na area de segurança pública começou a funcionar. Isto é a construção de vários estabelecimentos penais , de “segurança máxima”, distribuídos por todo Território Brasileiro. No início, esplêndido. Tire e isole o cabeça bem longe de sua terra e quadrilha que o poder purulento ou acabará ou pelo menos diminuirá. E foi o que aconteceu.
Só que o Sistema não contava com a capacidade dos líderes criminosos, principalmente fluminenses, cariocas e paulistas, de lenta e insidiosamente espalharem junto aos outros presos locais a doutrina das facções . Junto a isso, temos a ignominiosa e invencível corrupção do novo sistema prisional, temos os pombos correios na área do direito, das visitas. Temos as intermináveis famílias e amigos que se mudaram de seus Estados originais para Bairros perto dos novos presídios. Esse caldo de cultura fez com que hoje, 18 anos depois , todo o território brasileiro com maior ou menor poder estivesse infestado e quase dominado por facções criminosas.
Até 2007, Rio, com Comando Vermelho, Terceiro Comando, ADA e Milícia. São Paulo com o PCC. Hoje, fala-se na existência de pelo menos 88 Facções Criminosas dominando os oito milhões de quilômetros quadrados de nosso País. Nem a Selva Amazônica escapou.
Enquanto isso a bandidolatria continua a fabricar suas ADPF 635, suas preocupantes Audiências de Custódia, sua capacidade de extinguir as abordagens Policiais, sua capacidade de apagar do Código Penal a Fundada Suspeita. Sua “coragem” de soltar criminosos armados de Fuzis de Guerra e Toneladas de drogas naturais ou sintéticas.
Fronteiras secas, molhadas, aéreas, portos, aeroportos, estradas federais, nem falar. Só o ano passado (2024) a gloriosa Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro retirou das mãos de criminosos violentos mais de 600 Fuzis de Guerra, de Assalto, de Combate, de Batalha. E a lei não muda. Portar e usar um Fuzil de Guerra no Brasil é como se estivesse portando e/ou usando uma Atiradeira de borracha de pneu. Enquanto o PM ainda está preenchendo seu BO o marginal já está saindo pela porta lateral da DP.
Por esse caminho , se prosseguir em 2025, o Brasil caminha célere para Ruanda, Haiti, Gaza, Síria, etc.
- Cel. Wilton Ribeiro
Ex-comandante-geral da PMERJ
Exatamente assim! País em guerra, só a turma do STF finge não ver… uma hora vai explodir!
Cel Wilton faz uma inteligente e real avaliação do problema criminal do Brasil sem contudo deixar de mostrar a realidade política da situação em que se encontra os Estados do Rio e o próprio país. Como afirma, estamos caminhando para um estado de semelhante aos países africanos, do oriente médio e americanos do sul.
Como ex militar do exército e oficial da Marinha mercante, vejo tbm com muita preocupação a inversão de valores em muitas delegacias e o pior nos tribunais federais, onde vemos, ladrões flagrados criminosamente, alçados às funções de comando de ministério e/ou em órgãos públicos e até alguns se reunindo com ministros, com os custos de passagens e hospedagem, pagas por nós, o povo.!