Enquanto o prefeito Eduardo Paes (PSD) não consegue aprovar sua proposta de criação da Força Municipal de Segurança no Rio de Janeiro, Tanguá tomou a dianteira e se tornou o primeiro município da Região Metropolitana a contar com uma guarda municipal armada. Os guardas municipais armados já estão em ação nas ruas da cidade.
A proposta idealizada por Eduardo Paes chegou à Câmara Municipal com pompa e circunstância, mas esbarrou na resistência da oposição e de aliados do próprio prefeito, por desvalorizar a Guarda Municipal.
O projeto enfrentou críticas por prever a contratação temporária de agentes armados, sem concurso, o que especialistas apontam como inconstitucional e um risco à segurança pública.
Vereadores de diferentes partidos formaram uma frente ampla para barrar a tramitação do projeto, propondo emendas que levaram a discussão de volta à estaca zero.
A derrota do prefeito, que não tem conseguido emplacar também outros projetos no Legislativo, ressaltou o desgaste do governo.
Em Tanguá, guardas armados já estão nas ruas
Tanguá entrou para a história da segurança pública fluminense ao se tornar o primeiro município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro a capacitar e armar sua Guarda Civil Municipal (GCM). A entrega das credenciais autorizadas pela Polícia Federal foi realizada este mês.
Nem todos os agentes da GCM terão acesso à arma de fogo. Segundo o prefeito Rodrigo Medeiros (PL), somente o Grupamento Especial, que são aqueles profissionais altamente preparados e que lidam com ações complexas e de alta periculosidade, terão autorização, conforme determinações da própria Polícia Federal.
“Foi uma decisão planejada, embasada por leis e conduzida com o maior rigor técnico possível. Tanguá não está improvisando. Está se antecipando, com responsabilidade, às necessidades de uma cidade que cresce e precisa garantir segurança para todos”, afirmou.
Agentes passaram por meses de treinamento
Para integrar esse grupo especial, os agentes passaram por etapas de um treinamento que durou vários meses e incluiu testes psicológicos com profissionais credenciados, exames de simulação de tensão e um curso completo de armamento e tiro, com carga horária acima da exigida, somando 100 horas e mais de trezentos disparos por agente.
Ainda segundo o prefeito Rodrigo Medeiros, os agentes já vinham desempenhando operações complexas em colaboração com as outras forças de segurança, atuando em ocorrências de roubos e furtos, ações de violência contra mulher e apoio a investigações, que exigem um melhor preparo e capacidade de resposta para proteção dos profissionais e cidadãos.
Nesse período de implantação, uma corregedoria, composta de diferentes pessoas da sociedade, foi implantada para acompanhar as ações dos agentes.