Quem acompanhou a votação que aumentou a conta de luz do carioca na Câmara do Rio, nesta terça-feira, viu o vereador Rogério Amorim (PL) em seu estado mais puro. O líder da oposição não poupou adjetivos para classificar a manobra da base do prefeito Eduardo Paes para aprovar o projeto a toque de caixa, com direito a um requerimento para encerrar o debate. Para Amorim, a pressa tinha um nome: “vergonha”.
“A vergonha do governo e de sua base é tão grande que eles não querem sequer discutir. Vão para casa sem a coragem de debater esse projeto”, disparou o parlamentar, que classificou a proposta como uma “covardia” focada em um alvo claro: o bolso do mais pobre. “Vamos ser claros: é pegar o pobre, meter a mão no bolso dele e mandar ele pagar a conta de luz mais cara. Aquele dinheirinho que era para comprar o remédio da avó, o brinquedinho do filho, a cervejinha com picanha no final de semana que o Lula prometeu e não entregou… Esse dinheiro vai para o prefeito Eduardo Paes”, afirmou.
Sobrou também para a esquerda aliada. Amorim mirou diretamente no PT, acusando os parlamentares do partido de praticarem um “malabarismo” para justificar o voto contra o trabalhador. “Eu queria entender o malabarismo que o PT quer colocar para não ser claro e falar: ‘eu estou votando com o prefeito porque eu estou na máquina, tenho secretarias do governo Eduardo Paes e por isso estou vendendo o trabalhador’”, provocou. “Primeira vez que eu vejo vereador fazer malabarismo para defender que tirar dinheiro de pobre é bom.”
Ao final, Amorim deixou um recado direto não apenas para os colegas, mas para o eleitor. Ele pediu que os cariocas prestassem atenção em quem votou a favor do aumento e fizessem a conexão direta com o boleto no final do mês. “Quando o cara da Light for lá tocar o seu interfone para cortar a sua luz, a culpa é da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Guarde bem esse painel. Todo aquele vereador que estiver em verde, guarde bem. Quando ele bater na sua porta pedindo voto, lembra que é por culpa dele que você está pagando uma conta de luz cara.”